Procurador de coisas

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Ghost: desse lado da vida...

No momento, meu coração está angustiado. Há um castelo diante de mim. Nele há um velho e conhecido dragão. Ele tem duas cabeças, incontáveis olhos que me conhecem, não deixam nenhum detalhe escapar. Suas línguas são como chicotes elásticos, ágeis para se enrolar em minhas pernas enquanto tento fugir. O dragão eu enfrento. Embora assustador, conheço suas manhas, entendo seus macetes e sei me defender. Não fujo dele.

Tenho medo de outra coisa. Um fantasma ronda a minha cabeça e deixa que sua atmosfera de penumbras pareça real. Sua presença, aparentemente abstrata, se mostra sólida e incontida. Posso sentir o odor horripilante nos seus rastros e a frieza do seu vulto passando depressa ao lado dos meus ombros. Eu me mantenho congelado, estático, sem saber o que fazer diante de algo tão medonho. Ele sabe se fazer presente e me manter paralisado enquanto me suga as energias. Ele me envolve com sua cortina de fumaça gris e embaça minha visão enquanto resseca minha garganta. Eu fecho os olhos não só pelo medo, mas pelo ardor que sua essência transcendente causa. Ele muda de lugar tão rapidamente que não consigo proteger meu tesouro. Eu seguro firme a caixa fechada à chave onde repousa em delicada almofada o meu maior bem. Tento segurar firme mas sua névoa umidece minhas mãos e meu receptáculo precioso cai. Ele brinca comigo, zomba de mim apenas se aproximando do meu tesouro, sem tocar, apenas rodeando sem permitir que eu chegue mais perto para recuperá-lo.

Ah, eu não tenho medo de dragões, pois podem ser atingidos e posso vencê-los enquanto têm seus sonos profundos onde recuperam suas magias. Mas temo os fantasmas que vão e voltam a hora que bem entendem. Tudo que eu quero é matar esse dragão e conseguir a chave desse castelo assustador. Quero a paz de um lugar onde ninguém possa me assombrar.

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