Procurador de coisas

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

ENTRE O AGORA E O AMANHÃ

O Facebook está cheio de frases legais que são copiadas e coladas nos perfis em progressão geométrica. Hoje, eu vi uma muito interessante:

"O maior erro do ser humano é trocar o que ele mais deseja na vida pelo o que mais deseja no momento."

Claro, tirando aí a hipérbole de que é "o pior erro", é uma frase muito verdadeira. O que sempre ouvi desde criança é que a vida é comparada a um caminho ou uma estrada. Essa frase retrata bem os rumos desse caminho porque decisões impulsivas que representam um prazer momentâneo podem fazer com que paremos, andemos pra trás ou tomemos rumos errados em bifurcações da vida. Vontade é algo que dá e passa. Vontade nem sempre tem que ser satisfeita porque o que pode sobrar depois é arrependimento e frustração. Ah sim, e prejuízo. Prejuízo é algo relativo porque pode ou não ser recuperado. Depende do que se envolve, se são coisas ou pessoas. Depende do que está sendo envolvido na decisão momentânea.

Uma decisão errada, tomada por impulso pode trazer consequências irreversíveis e em muitas vezes essas decisões podem remeter a outras decisões passadas. Uma atitude errada, mas que sugere que foi pensada ou  se teve possibilidade de ser evitada com um simples "não" pode significar pras pessoas que nos cercam que não tomamos jeito, que nossos defeitos são irremediáveis. O que as pessoa tem a ver com isso? Com nossa vida e nossos erros? Nada. Os erros estão aí pra serem cometidos mesmo mas se não se pode aprender nada com eles, então, os erros são mesmo um grande problema.  E quanto às pessoas terem ou não algo a ver. Bem, a não ser que se consiga viver sozinho, independente de ajuda, de conselhos, de auxílio, de apoio, de calor humano, de amor de todos os sentidos ou no mínimo uma boa convivência social, acho que é importante, sim, ter uma boa reputação diante das pessoas. Por si mesmo, antes de tudo e depois pelos que nos cercam, principalmente os que nos amam. Existem pessoas que apostam na gente, que apoiam e estão sempre dispostas a correr até riscos por nós. Caímos, erramos e lá estão os mais próximos prontos a nos dar a mão. Um erro cometido com o devido arrependimento mostrado e um bom esforço para se mudar de atitude faz com que quem está conosco nos apoie cada vez mais, apesar das nossas dificuldades. Por outro lado, dar de ombros aos erros grosseiros da vida faz com que as boas expectativas dos amigos diminuam até que, um a um, todos passem a desacreditar em nós.

A impulsividade é algo do ser humano. Outra coisa que se ouve desde sempre é pra se aproveitar a vida ao máximo porque ela é curta. Fazer o que se tem vontade porque só se vive uma vez. Isso pode ser muito válido, inclusive com toda a dose de irresponsabilidade do mundo. Também é possível se viver coisas boas, agradar à alma com momentos de pura loucura mas é sempre bom lembrar da lei física de que pra toda ação corresponde uma reação. Nem sempre de mesma intensidade e nem sempre em sentido contrário, é verdade, mas consequência há. Eu, sinceramente, prefiro viver coisas boas pra minha vida com todos os riscos devidamente calculados. Aprendi e estou aprendendo a pesar as coisas e ver o quanto cada uma vale a pena., sobretudo no que envolve pessoas, mais ainda quando envolve as que amo e que me amam. Fazer por fazer, falar por falar e com isso as atitudes e palavras podem minar a confiança de quem recebemos as coisas boas da vida. Aprendi a refrear minha língua porque já falei coisas demais nessa vida e que me trouxeram consequências. Já tive atitudes ruins que arranharam minha imagem e que até hoje, mesmo com mudanças que consegui usando essa balança, ainda prevalecem pras pessoas do que eu sou. Eu prefiro ser mais frustrado em alguns momentos por não satisfazer um momento e ter como recompensa muitos outros com pessoas que valem a pena. Tem pessoas, inclusive, que valem a pena e outras não.