Procurador de coisas

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

"Já estou cheio de me sentir vazio"


Quando me proponho a escrever, não me preocupo muito com o que vão pensar. Talvez eu diga isso porque já sou bastante criterioso com o que vou dizer com o teclado do computador. Mas aprendi tantas coisas com minha amiga Ana que tenho mudado um pouco a maneira de me expressar. Aqui não preciso me preocupar mesmo com o que vão pensar. Ao contrário, falo de coisas que observo, falo do meu ponto de vista e falo de coisas a respeito do que sou, do que sinto no momento, dos pensamentos, que podem ser convicções ou meramente voláteis. No bom sentido, esse não é um espaço democrático. É meu planeta, aqui mando eu. Mas a regra número dois é que todos são bem-vindos e livres pra expressar tudo da mesma forma, sendo amigo ou não.

Pra quem tem uma DII (doença inflamatória intestinal), é fundamental ter uma autoestima equilibrada. Isso não foi regra na minha vida. Acabava sempre por duvidar das minhas capacidades e talentos. Talvez eu tornasse mais relevante a amostragem ruim dos resultados que obtinha. Mas isso teve que mudar porque disso depende o sucesso das minhas coisas e a minha saúde, principalmente.

Lembro que, quando retomei minha carreira de músico, recebia os elogios do público e os rechaçava com toda educação. Fazia isso até minha amiga Gê ver. Levei uma bela bronca, pois ela dizia que eu tinha que simplesmente agradecer e pronto. Juntou-se isso ao fato de a banda passar não só a reconhecer, mas a demonstrar a excelência do meu trabalho e passei a perceber qual era a minha importância no meio musical, naquela banda, pra aquele artista. Antes eu fazia algumas comparações e me colocava em um patamar bem inferior... mas é bom ter amigos. Os verdadeiros reconhecem nosso valor e nos colocam no devido lugar.

Passei, então, a ver meu valor em tudo que faço. Porque se depender da opinião alheia pra saber quem sou, o que eu seria de verdade? Um Frankstein? Seria um remendo de coisas e não seria coisa alguma. Alguém volátil como o éter, um cruzamento de rodovias, um suco tão misturado que não se saberia distinguir o gosto.

Obviamente, a opinião alheia é importante. Ela nos move a melhorar em alguns pontos. Os elogios nos exaltam e o reconhecimento nos faz seguir em frente. Mas acima de tudo, o que eu penso a respeito de mim mesmo é o mais importante. Creio que isso é ter personalidade apesar de tudo, apesar das pessoas. A gente descobre muitas coisas com isso.

Eu descobri que sou um excelente músico. Posso não ser virtuoso, mas ainda assim o sou. Sou porque faço o que amo, porque faço com dedicação e porque é algo que faço com certeza. É o meu dom, é o meu talento e é comparando com um ou outro que vou definir quem sou. Defino o músico Cristiano pelo que ele é capaz, pelo que demonstra, pelo que desperta nas pessoas, pela presença de palco, pela boa afinação, pelo bom ouvido musical.

Descobri minha capacidade de fazer as pessoas rirem, de pensar rápido em trocadilhos, de ser inteligente na arte de fazer graça. Descobri que sei desenhar, que faço boas pinturas de óleo sobre tela, que sou criativo para logomarcas e na arte de improvisar. Sei da minha capacidade de atuar num palco.

Descobri que o Cristiano é um excelente amante porque ali está alguém pleno. Ali está um cara disposto a tornar aquele momento o melhor da vida de quem está comigo. Sou bom porque não me preocupo apenas com o prazer físico, mas de toda uma satisfação ambiental, emocional, estrutural. Ali estou eu disposto a ser o melhor homem do mundo e tornar a mulher a melhor do mundo. Sou o cara porque trato a mulher com megacarinho, com muito respeito e estou ali de corpo, alma e coração.

Descobri que sou um excelente escritor porque aprendi a ler a mim mesmo, porque sempre quis escrever bem, porque faço com dedicação, porque pesquiso o que não sei. Descobri porque é a mim que as pessoas recorrem quando têm dúvidas, porque sei corrigir os erros sem ser grosseiro. Percebi meu valor na escrita quando recebo os elogios, quando amigos me incentivam a retomar meu blog, quando comentam bem a respeito.

Descobri que não sou o ás da informática nem o rei do inglês, mas é o Cristiano que procuram quando precisam tirar dúvidas. Dúvidas simples até, mas lá estou eu, útil.

Descobri um cara lindo no espelho. Passei a ver um cara charmoso, que fica bem de barba ou sem, de cabelo arrepiado ou não, sorrindo ou sério. Percebi porque ouço isso de amigas (verdadeiramente só amigas). Tenho a perfeita noção, sem pretensão, que sou um homem que saber tratar uma mulher. Sei ser carinhoso, compreensivo e entender seus momentos. Sei conquistar, apesar dos meus defeitos. Tenho essa capacidade. Sei do valor que tenho como homem romântico e gentil. E isso não depende do que acham ou não.

Nada disso é deixar que as opiniões direcionem a minha vida. São simplesmente sintomas que se apresentam nas vidas das outras pessoas e que comprovam o que sou. Minhas convicções se confirmam nas reações das pessoas. E é preciso se notar isso, sim. Óbvio que sempre haverá quem pense o contrário, mas se todos pensassem igual que tédio seria. É importante ouvir as opiniões, mas elas devem refletir as convicções que temos de nós mesmos. Eu não tinha essas convicções e recebia com desconfiança os elogios.

Os defeitos? Ah! Esses são muitos! As críticas aos defeitos atingem diretamente o nosso ego. Tem horas que achamos que as pessoas não têm o direito de apontar nossas falhas. E talvez não tenham mesmo. Mas, uma vez digerido o baque de receber uma bela crítica, é hora de sentar e pensar sobre aquilo e ver que relevância tem aquilo pra melhorar nossas vidas e que importância tem para os que nos cercam, até que ponto afeta negativamente às pessoas que convivo, as que realmente importam.

O segredo pra eu me encontrar, saber quem sou de verdade e reconhecer meu valor foi conseguir assimilar os elogios e digerir as críticas. Mas seja por qualidade, seja por defeito, há sempre algo a se fazer pra melhorar.

Hoje é o último dia do ano. Quero, em 2011, a minha autoestima lá na estratosfera. Sem soberba, nada demais nem de menos. Simplesmente saber, entender e demonstrar quem eu sou.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Impressões

Tem vezes que a gente tem uma má impressão sobre as coisas. E nem é nossa culpa, ou talvez sim. As impressões erradas podem ser impulsionadas pela precipitação. Ficamos com as frases formadas na cabeça, imaginamos mil coisas a respeito de alguém e ficamos já armados pra enfrentar uma situação que pode nem estar lá.

Essa semana, uma pessoa muito próxima se afastou de mim e eu pensei mil coisas. Imaginei razões e formei minha opinião, argumentos e réplicas. Decidi nem procurar quem sequer sabia o que eu pensava. Que bom que me enganei. A ausência nada tinha a ver comigo e, uma vez esclarecido tudo, pude ajudar. Olha que oportunidade eu ia perdendo se tivesse tomado uma atitude precipitada. Ainda bem que existem amigos, ou melhor, amigas que colocam a gente na linha e nos fazem ter atitudes coerentes.

Eu mesmo posso passar uma falsa impressão. Muitos me acham metido, arrogante porque passo e não falo, não cumprimento. Pura timidez, vergonha mesmo. Parece inacreditável, mas eu soui tímido. Nâo o tempo todo, mas fora do meu ambiente, fora dos conhecidos, do meu ciclo. Então, dou a falsa impressão de que sou antipático, mas basta um pouco de observação pra ver que não sou nem um pouco. Semana passada, adicionei uma menina aqui do trabalho no orkut. Imagina! Eu adicionei a garota e hoje passei por ela sem sequer olhar pra cara. Ela parou a amiga que estava comigo e perguntou: "É esse que é o Cristiano?" Porque ele me adiciona no orkut e tudo mas aqui nem bom dia me dá..." Pois é. Não me sinto mesmo à vontade, pois geralmente não dou o primeiro passo. Mas uma vez ela tendo quebrado o gelo, posso começar a ser eu com ela também.
Explicar isso pros amigos é desnecessário, porque já viram como começam as coisas. Mas talvez eu tenha que me esforçar um pouco pra deixar uma primeira impressão melhor, afinal, gosto muito de ser eu mesmo. O eu depois de ser conhecido.


terça-feira, 28 de dezembro de 2010

E vale a pena?

L'AVVENTURA

Quando não há compaixão
Ou mesmo um gesto de ajuda
O que pensar da vida
E daqueles que sabemos que amamos?

Quem pensa por si mesmo é livre
E ser livre é coisa muito séria
Não se pode fechar os olhos
Não se pode olhar pra trás
Sem se aprender alguma coisa pro futuro

Corri pro esconderijo
E olhei pela janela
O sol é um só, mas quem sabe são duas manhãs
Não precisa vir se não for pra ficar
Pelo menos uma noite e três semanas

Nada é fácil, nada é certo
Não façamos do amor algo desonesto
Quero ser prudente, sempre ser correto
Quero ser constante e sempre tentar ser sincero
E queremos fugir, mas ficamos sempre sem saber

Seu olhar não conta mais histórias
Não brota o fruto e nem a flor
E nem o céu é belo e prateado
E o que eu era eu não sou mais
E não tenho nada pra lembrar

Triste coisa é querer bem
A quem não sabe perdoar
Acho que sempre lhe amarei
Só que não lhe quero mais

Não é desejo, nem é saudade
Sinceramente, nem é verdade

Eu sei porque você fugiu
Mas não consigo entender
Eu sei porque você fugiu
Mas não consigo entender
Eu sei porque você fugiu
Mas não consigo entender

Intuição feminina uma ova!



A Pat não gosta e eu também nem prefiro, mas achei o tema pertinente. Aqui porque trato da intimidade da minha alma. E no  Mosaico Meu por ter o assunto relacionado à mulher, sendo a minha amiga uma mulher excepcional.

A não ser que eu seja uma mulher e não tenha descoberto isso ainda já com quase 35 anos. Tive um mau pressentimento ontem. Senti que as coisas não estavam bem com uma pessoa muito, muito especial. Mas de nada precisei pra concluir tal coisa. Ao contrário, foi sua ausência que me fez despertar tal "instinto".

Um "alô". Bastou isso pra que eu tivesse certeza do que estava desconfiado. Não deu outra. Alguém precisava muito de um colo, embora não admitisse. Mas logo veio a madrugada e a insônia veio impulsionar um pedido de socorro. E lá estava eu, pronto pra ser tudo que ela quisesse naquele momento. Talvez não o suficiente, mas o que eu pude ser, eu fui.

Essa história de intuição feminina talvez se deva ao fato de que as mulhes são infinitamente mais sensíveis que os homens (não necessariamente frágeis). Mas se o homem está verdadeiramente disposto a compreender a mulher, é evidente que sua sensibilidade (não necessariamente viadagem) estará bem mais aguçada. Mas a intuição feminina não chega a ser lenda. Só não é justo chamá-la de feminina. Isso deveria ser chamado "intuição sensível". Quando a gente se preocupa de verdade com alguém, do tipo que a gente fica remoendo "o que será?" ou "o que poderia fazer pra ajudar?", quando a gente gosta de verdade de uma pessoa, quando ela é realmente importante pra gente, quando a gente, às vezes, não precisa nem de palavras pra reconhecer seu estado, então a tal intuição é latente.

Eu não me envergonho de ser sensível. Não me envergonho de ser a exceção. Ao contrário, quero ser cada vez mais compreensivo, pois fazendo bem a quem quero, estarei fazendo bem a mim. Nada como ver bem quem a gente gosta de verdade. Intuição só não basta. Há que se fazer algo relevante a respeito.


segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Sem medo de ser feliz!


"Às vezes faço planos
Às vezes quero ir
Pra algum país distante
Voltar a ser feliz"
(Renato Russo)


Eu tenho dito aos meus amigos que esse ano resolvi enfrentar meus medos. Muitas coisas perdi por não querer enfrentar as coisas e por considerar a possibilidade de dar errado. Ir pra algum país distante  não é um problema mais. Aprendi e colocar as coisas numa balança e assumir os riscos com cautela, mas nunca deixar de assumi-los. Talvez eu nunca mude pra um país distante, mas quem sabe outra cidade, outro estado? Se não der certo? Ora, começo novamente. Não tenho mais medo de ser feliz. É uma frase tão batida que as pessoas nem se dão conta do peso que ela tem. Não ter medo de ser feliz é assumir esses riscos, enfrentar medos e estar pronto pra resistir firme na hor das decepções. O lance nem é formatar a máquina se algo der errado. Não se parte do zero. Isso não existe. Existe uma carga que se leva, as lembranças, as mágoas, as alegrias, as coisas boas. A experiência do que passou jamais deve ser apagada, mas servir de parâmetros pra uma nova caminhada. E pode apostar: ela será útil.

Tem uma ilustração que mostra um pouco isso. Um alpinista despenca por causa de uma avalanche mas a corda se prende e ele se segura firmemente a ela. Havia névoa e a visibilidade era zero. Ele ouve uma voz dizer pra soltar a corda, mas ao contrário, ele segura mais firme ainda. No dia seguinte, aparece morto, congelado, com as duas mãos na corda... a meio metro do chão.

Perco a conta das vezes que despenquei e estive a meio metro do chão. A nossa história é feita nos passos que a gente dá. Infelizmente, é uma constante e não se volta atrás. Mas desanimar porque nosso passado e nosso presente não são dos nossos sonhos é condenar a nós mesmos à infelicidade. O tempo realmente não para e fugir da responsabilidade própria de ser feliz só vai tornar nosso arrependimento maior no final da vida. Quem sabe, né? A gente pode não soltar a corda, mas vai que ela arrebenta?

Eu decidi não deixar mais as chances passarem. Estou pronto a ser feliz e fazer gente feliz. Quem quiser , que venha!

domingo, 26 de dezembro de 2010

Organizar ícones

"...Só por hoje eu não quero me esquecer
Que há algumas poucas vinte e quatro horas
Quase joguei minha vida inteira fora..."

(Renato Russo - Só por Hoje)

A vida inteira é algo que eu passei a não considerar há um tempo. Tempos atrás, uma amiga minha passou por uma grande desilusão amorosa. Coisa cruel, coisa de novela. Foram semanas de conversas, ligações, mensagens, scraps para tirar dela a ideia de desanimar e inclusive de tirar a própria vida. Passionais como eu precisam aprender algumas lições com a vida. A vida inteira.

Em outros tempos, certamente eu agiria de forma parecida, mergulhando em profunda depressão. Mas a gente vive e se a experiência não nos serve pra nada, o tempo é realmente perdido. Usar o tempo em nosso favor significa analisar o passado e confiar no futuro. Olhando pra trás, entendi, finalmente, que o tempo cura tudo. O mesmo Renato disse que "o tempo é mercurocromo". É que o ser humano é impaciente mesmo, não consegue esperar, não suporta sentir dor e ela acaba se tornando eterna enquanto dura e muito mais intensa do que deveria ser.

Uma vez sabendo que o tempo cura, é preciso aprender outra lição importante. Essa "vida inteira" só existe se olhando de fora. Nós precisamos aprender a dividi-la em compartimentos, senão a gente sucumbe mesmo. Imagine se colocarmos tudo num só pacote arroz, feijão, peixe, ovos e fecharmos hermeticamente. Basta o peixe se deteriorar pra contaminar todo o resto. Aprendi a ver a vida como o oposto disso. Não deu certo a relação? Existe uma carreira pra se cuidar. O emprego está mal? Existe um amor pra consolar. Não vão bem os dois? Tem os amigos. Sempre se tem algo pra cuidar. O fato é que não podemos deixar de olhar pra frente. Nunca.

Dividir a vida em partes é questão de sobrevivência. Não fazer isso é gostar pouco de si mesmo e dar mais importância aos fatos do que a sua própria vida. A vida não é um quebra-cabeças, pois se fosse, ai de nós se perdesse uma peça. Ficaria um vazio que, por menor que fosse, a tornaria feia. A vida tem que ser como pastas de computador, que a gente organiza como quer, por ordem alfabética, por tamanho, por importância. Alguns arquivos são corrompidos, outros a gente tem que deletar, mas sempre existe a possibilidade de se criar uma pasta nova.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Eu sou vocês hoje!

Os mais velhos se lembram do bordão que pegou em um comercial dos anos 80: "Eu sou você amanhã". Lembrei disso agora há pouco quando minha amiga Flor me fez um elogio que tenho recebido de alguns: o meu perfil no orkut. Talvez as pessoas se refiram à criatividade de como escrever mas estive pensando em outro aspecto.

Flor poderia estar falando exatamente do jeito que sou. Bem, como o homem é um ser social, creio ser impossível viver sem a influência de quem nos cerca, não? Então, se somos, de certa forma, resultado do meio, os elogios acabam meio que se autodevolvendo. Às vezes, rimos demais por um amigo extremamente bobo, ou nos tornamos chorões por nos envolvermos com histórias de amigos que sofrem. Tem quem seja prestativo por ver no pai um exemplo. Tem quem tenha a perfeita noção do que é companheirismo porque precisou muito disso dos amigos da faculdade. E, claro, tem dias em que nosso sorriso é fácil, nosso semblante contagiante de alegria e multiplica-se a simpatia quando simplesmente alguém muito especial entrou em nossa vida e a preencheu com doses cavalares de felicidade. Acaba sobrando pros outros, né?

Eu já experimentei todas essas sensações, algumas experimento todos os dias ainda. Se sou quem sou, devo a muitos: pai, mãe, irmãos, amigos, colegas, desafetos. Esse ano foi muito especial. Conheci algumas pessoas que são importantes demais pra mim hoje e me aproximei de outras. Paty, Stelinha, Lu, Gê, Reinaldo, George, Semil, Cris, outra Cris, Adrenna, Diego, Guilherme, Dimitris, Daniel, Paulinha, Rodrigo, Isis, Bia, Sandro, Beth, Karen, Thamara, Thamyres, Flor, Vivi, Nanda, Naty, Léo, Carol, Carrão, Bruna, de Belém, Cris, de Manaus, Drika, do Piauí, Ângela, do Maranhão, Cris, de Bauru. Em especial e não desmerecendo todos os outros, Shirley e... Aracely. Todos e mais alguns sabem a tanto de importância que teve em minha vida nesse ano. Uns foram mais presentes que outros, algumas pessoas eu nem conheço pessoalmente, mas todos foram igualmente importantes porque me ajudaram a ser quem sou hoje, me sustentaram nos momentos difíceis, me apoiaram e me incentivaram a fazer o que amo. A todos vocês, muito obrigado por fazerem parte da minha vida. Espero contar com vocês em 2011 e sempre, e espero poder ajudar ao máximo.

Estatísticas...

Caramba! Meu blog tá bombando! O número de seguidores dobrou em um dia... Passou de um, ou melhor, uma pra duas. Viu? Progresso!

Eu queria agradecer à Patgril que me incentivou a fazer uma das coisas que mais amo, que é escrever. À Fernanda, que é a primeira a me seguir depois da Paty. Também às meninas Stelinha e Lu, que de certa forma, cuidam das minhas finanças...rs, e disseram ter adorado o blog. Essas manifestações parecem coisa mínima, mas são muito importantes pra incentivar, afastar desânimos e, de quebra, ainda me deixa com uma cabeça ótima pra enfrentar a retocolite ulcerativa.

Preciso muito da força de vocês e de quem mais aparecer. Esperamos que em 2011 esse meu diário esteja recheado de textos.

Pra quem acessa, Feliz Natal. A gente se vê no dia 26.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Virtual, não. Real!

Ok, eu tentei me afastar um pouco, mas não consegui. Minha amiga Pat, com poucos argumentos, conseguiu me trazer de volta ao mundo que é quase tão real quanto o que vivo. Quem acha a internet fria e sem graça não sabe tirar dela as coisas boas. Tem quem nem se curve à tecnologia, mas isso é outra história. Não pode ser fria um lugar onde uma coisas mais fáceis é conhecer gente. E pra quem acha que um mero monitor não traz emoções e pessoas especiais, deveria repensar isso. Eu conheço várias pessoas assim como fisicamente. E digo que, como no mundo "real", existem, sim as especias, as que te fazem rir mais, as que só aparecem de vez em quando, as que a gente ignora, as que a gente se esconde e, por que não, os amores?

Eu disse que as pessoas se prendem às convenções. Eu, pessoalmente, conheço uma história de amor que deu certo pela net. Muitos quilômetros de distância entre EUA e Ceará e, anos depois, cá estão eles, casados e pais de dois lindos filhos. Hoje, conversando com um amigo, ele me contou duas histórias semelhantes onde as pessoas estão juntas até hoje. Claro que é raro. E é porque não é convencional. Em percentual, um mínimo procura esse tipo de recurso - procurar gente pela net, então, é óbvio que esse tipo de relação seja rara.

As pessoas veem frieza na net. Eu não sei disso, não. Já ri e chorei diante da tela de um PC. Já me aborreci, já briguei, já ofendi e fui ofendido, já encontrei gente que não via há anos. Quem nunca vibrou quando encontrou aquele velho amigo de infância pelo orkut? E se não acha lá, vai pro facebook, myspace, gazzag...

Eu morro de rir com a Pat, uma amiga de Minas que fiz... na internet. Eu morro de rir com as enquetes, com os foruns do orkut. E não é só pra rir. Já recebi muito socorro através dela também. Até no hospital eu recebi apoio online dos amigos. Isso parece frio e monótono?

E tem gente que chama isso de virtual. Se é assim, então por que as sensações são tão reais?

Fora do ar...

Decidi ficar alguns dias fora do ar. Por um curto período, vou abandonar o orkut, o facebook e o msn. Talvez entre pra aceitar solicitações de amizade e ler uns scraps, mas não vou responder nada, nem foruns, nem scraps, nem aceitar depoimentos, nem conversar pelo talk. O telefone eu vou deixar boa parte do tempo desligado. Só terei comunicação por emails e em alguns casos.

Decidi parar um pouco porque tenho algumas coisas pra refletir. Eu tenho um futuro pra decidir e quero pensar em cada detalhe e ver o que vale e o que não vale a pena. Como acabo sempre pedindo opinião aos amigos, preferi não estar disponível porque preciso pensar por mim mesmo.

Preciso pensar se vale mesmo a pena ser eu, porque esse só se dá mal em alguns quesitos. Talvez seja a hora de abandonar o bom homem, o bem humorado, o palhaço, o que faz rir. As dores causam isso. As marcas vão deixando a gente feio, a casca vai endurecendo e a sensibilidade, diminuindo. Até quando vale a pena ser sensível, deixar a dor doer? Até quando vale a pena se expor, lutar pelo que se quer? Quais os limites que posso ter? Não seria conveniente deixar o cara legal morrer e fazer nascer um mutante avesso ao que sou?

Preciso parar um pouco e avaliar os riscos de ser quem sou porque em muitos momentos dói ser eu.

Aqui não vou parar de escrever. É meu escape, minha válvula. Quem quiser saber de mim, estarei aqui.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Stelinha

Eu queria ser como Maristela. Queria ser autêntco, ter personalidade que atropela os olhares e me sentir à vontade sendo eu mesmo. Queria olhar as coisas em volta com os olhos de Maristela. Isso me tornaria mais prático do que sou, mais sensível do que deveria. Se eu fosse como ela, aprenderia a dar de ombros pras coisas irritantes.

Queria ter a presença de Maristela. Ela preenche os ambientes com a naturalidade de um belo arranjo de flores, sem fazer força pra trazer beleza e perfume onde está. Eu sou um pouco dela por afinidade, não por imitação. Maristela tem o cabelo que quer, tem a roupa que quer, tem a cara que quer, tem as palavras que quer. Ser Maristela é ser sincera e mostrar isso com conveniência. Ser Maristela é viver cada instante como se fosse único, é conversar como se a gente se conhecesse desde criança.

Ser Maristela é rir das minhas piadas, é perguntar com real interesse, é pedir sem dizer palavras. Não tenho um lado Maristela, mas estar do lado dela já ajuda bastante

Não me diga isso... hoje.

Quando tudo está perdido
Sempre existe um caminho
Quando tudo está perdido
Sempre existe uma luz...
Mas não me diga isso...
Hoje a tristeza
Não é passageira
Hoje fiquei com febre
A tarde inteira
E quando chegar a noite
Cada estrela
Parecerá uma lágrima...
Queria ser como os outros
E rir das desgraças da vida
Ou fingir estar sempre bem
Ver a leveza
Das coisas com humor...
Mas não me diga isso...
É só hoje e isso passa
Só me deixe aqui quieto
Isso passa
Amanhã é um outro dia
Não é?...
Eu nem sei porque
Me sinto assim
Vem de repente um anjo
Triste perto de mim...
E essa febre que não passa
E meu sorriso sem graça
Não me dê atenção
Mas obrigado
Por pensar em mim...
Quando tudo está perdido
Sempre existe uma luz
Quando tudo está perdido
Sempre existe um caminho...
Quando tudo está perdido
Eu me sinto tão sozinho
Quando tudo está perdido
Não quero mais ser
Quem eu sou...
Mas não me diga isso
Não me dê atenção
E obrigado
Por pensar em mim...
Não me diga isso
Não me dê atenção
E obrigado
Por pensar em mim...

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Parei pra pensar. Não deu certo...

Confesso estar meio perdido no dia de hoje. Tudo estava bem até por volta das três da tarde. Mas sabe aquela história de que uma gota de óleo contamina todo um reservatório? Pois é. Uma gota de limão azedou todo o meu leite e eu não gosto muito de coalhada. Nem sempre a vida separa cada coisa no seu lugar. Um copo de leite é um como de leite. Limonada é limonada. Cada um tem seu lugar e sua hora. Mas a vida mistura esses sabores como um Cheff desenfreado a criar pratos loucos. O resultado é agridoce. Eu gosto de agridoce. Gosto de sentir seu sabor e perceber que cada sensação tem seu lugar em cada canto da língua.

Mas hoje não foi assim. Eu espremia todas as laranjas do meu suco sem perceber que uma delas estava passada e o suco... foi pro ralo. Nem deveria ter ido. Existe um valor nutricional que é o que sustenta o corpo. Nesse caso, queria eu ter absorvido todos os nutrientes pra levantar a cabeça e seguir em frente. Mas hoje não. Hoje não foi assim. Eu queria poder usar as sábias palavras de Renato Russo quando disse "deixa o copo encher até a borda que eu quero um dia de Sol num copo d'água". "Mas hoje não dá, hoje não dá, não sei mais o que dizer e nem o que pensar". É o velho medo de arriscar querendo aflorar novamente. Mas vou beber essa coalhada, afinal, o máximo que pode dar é uma dor de barriga.

Realmente, estou confuso hoje.

"Eu tive um sonho, vou te contar..."

Ah, como é bom sonhar. Ter algo pra desejar, pra almejar. Aquilo que terá grande importância no futuro já vai tomando formas no nosso presente. Vivemos tudo aquilo já. Um novo carro e a gente dirige com direito a sentir o vento batendo e tudo. Aquele emprego que o dinheiro já está todo planejado porque achamos que o dinheiro do primeiro salário já está no bolso. Aquele amor que se está por conquistar e planeja encontrar já nos deixa nos lábios o gosto do beijo. Sentimos a textura, o perfume, a voz ao ouvido.

Tudo isso é muito lindo e deve nos impulsionar a buscar tais sonhos. Mas cá entre nós, isso é tão perigoso. Grandes expectativas podem gerar grandes decepções. Não que dizer isso seja descobrir a pólvora, mas é que quando sonhamos não parecemos nem um pouco sadios de mente. A realidade em volta some, o mundo ao redor desaparece e a emoção acaba falando mais alto que a razão. Ah, mas quando vem o despertar desse sono aquele mundo que estava suspenso desaba sobre as nossas cabeças. Não, não se torna pesadelo, pois dos pesadelos se acorda também. É a mais cruel realidade passando como um furacão e sugando tudo que vê pela frente. Leva no seu redemoinho tudo o que vivemos de olhos fechados. Lá está tudo misturado, cada perfeição dilacerada, cada brilho ofuscado, cada concentração espessa de sonho diluída na mais rala e transparente realidade.

O despertar de um sonho pode ter o gosto sem graça de uma Coca-Cola choca, de uma cerveja quente, de um café morno ou de laranja rançosa. Mas vamos lá, que o pulso ainda pulsa. A gente é gente, a gente nem quer mudar. A gente desperta, limpa os olhos, vê o que é real. Mas o real é chato, entediante, dá sono... Falar em sono, estou ficando um pouco. Acho que é hora de deitar e sonhar novamente... e tem jeito?

domingo, 19 de dezembro de 2010

Sábias palavras de Luxemburgo

Não que ele seja um poeta, mas Vanderlei Luxemburgo acertou em cheio uma vez, quando disse que o medo de perder tira a vontade de ganhar. E não é que na vida tem sido assim? Pelo menos comigo.

Passei muitos anos da minha vida me escondendo atrás do inesperado. Sempre pensando nas possibilidades, racionalizando. Ué! É óbvio que se usarmos a tal estatística, chegaremos à conclusão de que sempre tem a possibilidade de dar errado. O realismo é importante e eu o tenho aqui como armadura. Mas essa carapaça pode atrapalhar a vida da gente. Imagine ganhar na Mega sena. Pena que as chances são de 1:50.063.860. Muito? Que tal, então, pensar na possibilidade de 50% de chance? E não é? Ou você ganha, ou você não ganha! Pura matemática. Óbvio que essa matemática não se aplica se você for o Rubinho Barrichelo...

Mas como eu dizia, foram muitos anos justificando a inércia pelo medo. Os amores se perdem, as oportunidades passam, os empregos se mantém... E a gente passa aquela vidinha apoiados no cotidiano quase que o usando como muleta. Nada de novo. As motivações são terrivelmente sufocadas pelo risco de algo sair errado. Vai que...?

Agir assim é quase como fumar. Eu não fumo, mas aposto que quem fuma sente prazer (não existe outra explicação) e esse prazer vai matando, vai matando... É, mas tem gente que vive 80 anos fumando. Tanto pior! Imagine a qualidade de vida do infeliz sendo péssima durando tanto tempo. Pois é. Agir assim é como fumar mesmo. Num determinado ponto, a gente olha pra trás e sente a dor pior do arrependimento. Um lastro de consequências ficou pelo caminho e isso pode desanimar ainda mais. Terrível é olhar pra trás e perceber que o tempo passou e que o prazer de não mover uma palha pelo que se não tem hoje não compensou. Isso poderia ser pior se esse passado ainda governasse o nosso presente.

Quando se chega a um ponto de análise, pode-se ter duas atitudes. Desânimo total e achar que é tarde demais, ou... ser bem clichê e dizer que nunca é tarde pra recomeçar. Pelo menos não tarde demais. Tô eu aqui com quase 35. Pouco me esforcei pra ser o que gostaria. Tive medo de dar errado, medo de não me sustentar, medo de perder pessoas, medo de um futuro incerto. Sabe o que tem que ser o fiel da balança? A felicidade. Encontrei esse tal fiel e deixo ele lá pra cada situação. Eu posso até chegar aos 80 sem ser feliz, mas hoje eu posso garantir que não foi por medo de tentar.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Convenções


Impressionante como as pessoas se apegam às convenções, tradições ou simplesmente repetem termos, frases e reproduzem aquilo como verdade sem nenhum raciocínio. E isso é em todos os aspectos da vida. Lembra aquela história dos pais ou dos avós de que o que arde é que é bom? Ah, quanto merthiolate nos fez arder as feridas inutilmente. Mas a velha frase estava na ponta da língua dos cruéis pais como se fosse a mais pura verdade. E a gente que engolisse o choro.

Também me lembrei dos pobres cães que passam fome o dia todo, afinal, só se dá comida a cachorro uma vez por dia, né? Parece lógico, pois é o que fazemos. Tomamos café pela manhã e passamos o dia todo sem comer. Essa história de cinco refeições por dia é coisa de nutricionista que aparece no Globo Repórter. Assim, o povo vai repetindo asneiras: uma delas é que o mormaço queima mais que o Sol. Eu me pergunto onde é que isso tem lógica? Caminhe 10 quilômetros no sol e depois no mormaço e depois me diga o que é pior. Essa teoria se junta àquela clássica de que quando chove esquenta mais. Não entendo muito, mas a não ser que chova água acima de 50°C, isso é fisicamente impossível. Tudo, tudo porque isso se repete como se fosse verdade.

Vai entender! Um amor não pode acontecer pela internet. Por que? Ué, porque as pessoas simplesmente acham isso, usam argumentos que parecem lógicos, como a distância. Ora! Tantos relacionamentos não dão certo e começam de forma tradicional. Aliás, a proximidade tem sido o pretexto pra tantas separações. Duas pessoas amigas se tornam namorados, noivos e quando casam... É. Será mesmo a distância um problema pra relação entre duas pessoas?

Semanas atrás, cultivei um cavanhaque, sem bigode. Coisa de artista, de maluco. Perdi a conta dos comentários a respeito como se a coisa mais natural do mundo - crescer cabelo - fosse algo de ET! Junte isso ao meu cabelo sempre pro alto, com gel e... O povo acha que a gente tem que sentar naquela cadeira do barbeiro que o pai sentou e simplesmente dizer: corta! Quer dizer que sou obrigado a olhar pro espelho todos os dias durante anos sem o direto de enjoar da minha cara. Dei um educado "fora" em uma mulher que disse que eu teria que pensar assim porque eu sou homem. Claro, claro. Homens não mudam corte de cabelo, não mudam sua barba, não compram roupas da moda. Mas o que se pensa é que homem tem que usar calça de cor sólida e discreta, camisa, no máximo, xadrez e tênis nada espalhafatoso. Cabelos vermelhos nem pensar. Não consigo encontrar uma explicação pra isso.

Frases repetidas, frases feitas são quase sempre estupidez. Quantas repetem a clássica e absurda "Você não deve se arrepender daquilo que fez, mas daquilo que não fez." Eita ser humano mais orgulhoso! Como é que a gente faz tanta besteira na vida e não tem que se arrepender de uma pá delas? Como se tudo fosse um pacote fechado. Alguém aproveita a juventude e não se arrepende. E nisso inclui dirigir bêbado, pichar muros, magoar pessoas... mas não há do que se arrepender, né? Nem sei porque existe a tal frase "se arrependimento matasse". Parece que esse é um mal que nunca vamos morrer.

Esse tipo de opinião a gente guarda pra gente, né? Imagine decepcionar uma sociedade inteira que não se atreve a racionalizar em cima de seus próprios atos. Mas sempre tem um maluco que acaba expressando isso publicamente.