Procurador de coisas

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

BALANÇO

Mais um ano se encerra e o fechamento desse "ciclo" é mais por estabelecer marcos mesmo. Porque a vida continua na semana que vem como qualquer outra, a exceção de o trânsito ficar um pouco melhor até o carnaval.

Foi um ano até diferente. Entrei em 2011 com o carro que sempre quis, embora não seja zero, é o modelo que gosto. Namorei, separei, namorei de novo. Saí, fiz coisas que não fazia há anos. Reaprendi a beber, mas nunca em excesso. Tive crise, internação, vendi minha casa, voltei a morar com meus pais (e espero que seja breve), voltei a tocar com a banda, consegui dar alguns presentes de Natal, meu time foi campeão e teve ótimos desempenhos em outros dois campeonatos. Fiz minha primeira tatto e voltei a usar brinco, aliás, brincos, porque coloquei mais dois. Passei a me depilar no peito e barriga. Passei máquina e tirei meu topete que usava há 12 anos.

Foi um ano de mudanças. Minha amiga Ana Giesteira, minha psicóloga particular, me fez ver as coisas de outra maneira, a perceber meu valor, a ver o valor dos outros, a conduzir as coisas em uma relação. Aprendi sobre aceitação, sobre o inevitável e o inesperado. Tive um encontro maravilhoso com Patrícia Quintiliano e sua adorável família em Ouro Branco e lá encontrei outras pessoas, como a bem humorada Leca Castro, sua linda filha Lud, Amanda Finote e família. Em 13 anos de retocolite, nunca me senti tão em casa, cercado de pessoas para quem não precisei dar nenhuma explicação. Foi um momento devidamente marcante na minha vida. Sem contar as pessoas maravilhosas que são. Pat foi minha irmã mais velha (mas nem tanto) e como essa mulher me deu suporte nos primeiros meses do ano!

O ano seguiu e reecontrei alguém que não tinha muito contato, mas já conhecia há 15 anos. Foi a melhor coisa que me aconteceu em 2011.

Algumas frustrações e coisas ruins também rolaram, óbvio. Na empresa, nada de novo, nenhuma evolução. Até mesmo o fato de ter que voltar a morar com meus pais me é incômodo depois de sete anos de privacidade.

Foi um ano de muita reflexao, arrependimentos por decisões erradas, coragem pra buscar algo novo e não palpável. Houve choro, reconhecimento de culpa, reação ríspida contra acusações e moralismos. Houve enfrentamento, houve fuga por covardia e por querer evitar atritos e mágoas. Em 2011, foi um ano inteiro de balanço, onde em cada mês havia uma decisão a se tomar. Foi realmente um ano diferente pra mim.

A lição é que em 2012 posso fazer algo diferente, não algo mais, apenas diferente. Pensamos sempre em fazer algo mais, algo que supere o ano anterior, mas fugir da rotina de anos e anos já é algo bom. Eu viajei de avião sozinho, peguei estrada pra Minas sozinho, andei de navio por 12 horas sozinho. Eu queria conhecer a Argentina ou o Chile e vou programar isso pro ano que vem. A vida corrida e o salário não tão generoso não ajudam a gente a fazer constantemente esse tipo de coisa, mas algo diferente será feito, sim.

Se o próximo ano será melhor ou pior, não sei. Mas certamente vai ser diferente. Pelo menos pra fazer jus ao chamado "Ano Novo".

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

ANO NOVO,... MESMICE...

Chega mais um fim de ano e ouvimos as mesmas coisas. Mensagens em comerciais, em emails, nas redes sociais, em cartazes, enfim, em todos as lugares vemos mensagens de ano novo.

De novo mesmo só o ano e "de novo' essas mesmas mensagens que, no fim, causam o mesmo efeito todos os anos: nenhum. Sabe a história da dieta que fica sempre pra segunda e nunca começa e, quando começa, termina na terça? É por aí. Um monte de promessas apoiadas no pretexto do dia primeiro. Usam o ano novo como um marco para novos acontecimentos.

No fim das contas, o ano novo é bom quando cai numa quinta e as pessoas podem emendar um bom feriadão, até porque, se isso acontece, é porque no Natal foi a mesma coisa, já que a diferença é de uma semana entre um e outro. E é fato que, passando o feriado, as coisas continuam. Nenhum chefe fica menos rígido depois do ano novo, nem o seu salário aumenta por isso. O trânsito vai continuar engarrafado, os assaltos não vão parar, os processos na justiça vão continuar lentos, os hospitais, lotados e as filas de banco, imensas. 

O que muda a vida das pessoas são fatos e não datas. O que foi mais marcante para as pessoas que perderam casas e família no morro do Bumba? O reveillon ou o drama do acontecido? O que foi mais relevante pra uma mulher? Passar o Ano Novo em Copacabana ou ter seu primeiro filho num dia do mês de julho? Ano Novo é um feriado. Os dias mais esperados do ano superam em expectativa o Ano Novo. Eu fico doido pra que cheguem minhas férias, pra que comecem os campeonatos, pra que chegue o fim do mês. Ano Novo não é novidade, embora seja o ano "novo". Isso é cíclico e esperado, mas uma visita ou telefonema de alguém que você não vê há anos pode mudar os rumos de duas vidas. Encontrar aquela pessoa por quem você se apaixonou anos atrás, receber um presente especial, ser homenageado pelos alunos ou colegas de trabalho... Coisas assim mudam os rumos, às vezes e não precisam acontecer numa virada de ano, nem em qualquer data festiva.

A vida nos surpreende sempre e é nessas surpesas que temos que ter o estímulo pra tal "vida nova".

A não ser que se ganhe na "Mega da virada", o reveillon não vai mudar nada em nossas vidas por assim ser.