Procurador de coisas

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

VERDADES FLAMENGAIS

É um tanto óbvio que qundo se discute futebol quem fala sempre tem razão, não importa pra que time torça. Mas o que tem irritado muito é o fato de os flamenguistas ignorarem completamente os fatos, fazendo suas zoações com pouco ou nenhum embasamento, se é que isso é fundamental pra se sacanear alguém. Sou vascaíno e essa é, definitivamente, uma postagem antiflamenguista.

VICES

Esse é o maior exemplo de que a torcida mulamba ignora completamente a história futebolística. Vamos aos fatos:

Em estaduais, o Flamengo tem 29 vices, contra 22 do Vasco. O famoso trivice do Vasco, que tanto perturbam, aconteceu duas vezes na história do Estadual. Já a mulambada conseguiu o feito três vezes, sendo que, na década de 80, foi trivice duas vezes.

No Campeonato brasileiro, o Flamengo não tem vices e o Vasco tem um.

Na Copa do Brasil são três vices para o Fla - contra Grêmio, Cruzeiro e Santo André(!) contra um do Vasco, para o próprio Flamengo.

Na extinta Mercosul, atual Sulamericana, o Flamengo tem um vice e o Vasco, nenhum.

Nenhum dos dois tem vice na Libertadores e o Vasco tem dois vices mundiais.

Ignorando-se a relevância dos títulos, que na hora de zoar nem conta, a história mostra que o time urubuzense tem bem mais vices.

Ainda a respeito dos vices, a galera do puleiro da Gávea só se lembra em falar de vice quando é o Vasco que perde um título. Foi assim quando o Vasco ganhava tudo no basquete e perdeu a final do Mundial contra um time da NBA, resultado previsível. Na época, diziam que basquete não contava mas foi só o Vasco perder o Mundial que basquete passou a contar como algo relevante. Recentemente, conquistamos o Mundial de futebol de areia e o brasileiro de showbol. Todo mundo quieto, mas se perde...

Sem contar que quando o Vasco conquista algo é dado como sem importância. Por exemplo, se o Vasco conquistar a Sulamericana, a importância que será dada a isso, por parte da torcida rubronegra será zero. Claro, a não ser que o Vasco chegue à final e perca. Aliás, é uma mania deles diminuir a história alheia. O título sulamericano do Vasco de 1948 é completamente ignorado.

TIME DE CHEGADA. SERÁ?

A flamengada se gaba que, quando chega a uma final, é pra vencer! Devem falar isso baseado na quantidade de títulos estaduais que conquistaram. O que não dá pra entender, já que eles têm mais vices. Na CB, a história se repete: Dois títulos e três vices. Mas isso nada mais é que uma bravata. Vamos ver:

O Flamengo foi cinco vezes campeão brasileiro e mais uma por autoproclamação, duas vezes campeão da Copa do Brasil e conseguiu mais três classificações à Libertadores na era dos pontos corridos. Portanto, temos aí 11 classificações para a Libertadores. Eu pergunto: quantas o Flamengo ganhou? Quantas aquele time da era Zico conquistou? Eu pergunto por que um clube em que os torcedores proclamam ser um time de chegada não confirmou isso em uma chamada época de ouro para eles?

DECISÕES POLÊMICAS

Já ouviram falar no ladrilheiro? E no chororô? E no famoso jogo entre Flamengo e Atlético Mineiro pela Libertadores, até hoje reclamado? Pois é, os jogos decisivos que envolvem o Flamengo sempre tem algo de polêmico, de estranho. Nunca é algo límpido e incontestável. O maior exemplo está na decisão da vaga para as semifinais contra o Galo mineiro, na Libertadores de 1981. Pra começo de conversa, o árbitro era o carioca José Roberto Wright, que viajou no mesmo avião do time carioca e hospedou-se no mesmo hotel. Pra confirmar toda a armação mulambenta, o jogo nem polêmico foi. O lance foi descarado mesmo com quatro expulsões do time mineiro, sendo a do craque Reinaldo aos 10 minutos de jogo. Depois, foi expulso todo o banco de reservas do Atlético.

Esse tipo de acontecimento é classificado no dicionário rubronegro como "chororô". Podemos traduzir "chororô"  como circunstância em que o juíz é decisivo a favor do Flamengo, o clube reclamante tem razão mas a flamengada ignora isso completamente e comemora na maior cara de pau.

O mesmo aconteceu, anos depois, com o Botafogo.

DESRESPEITO À HISTÓRIA ALHEIA

O Sulamercano de clubes de 1948, conquistado pelo Vasco, é um título completamente ignorado pelos flamenguistas. Talvez por ter sido conquistado há muitos anos ou por ele não se chamar Libertadores. mas fato é que o Vasco foi o primeiro campeão continental. Mas como todo bom flamenguista, são dois pesos, duas medidas. O tíutulo da Copa Toyota, conquistado pelo Flamengo em 81, chamado Mundial de Clubes não existe mais. Tratava-se de uma final entre clubes da América do Sul e da Europa. Os outros continentes não eram representados nesse "mundial". A partir de 2000, o campeonato passou a ser FIFA e incluir clubes de outros continentes, ainda não de maneira justa, mas mesmo assim estão lá. Sendo assim, esse título de 81 deveria ser esquecido. Ao mesmo tempo que a flamengada não reconhece o sulamericano de 48 do Vasco e ignora a mesma mudança de "regras" pro seu mundial, também ignora os títulos brasileiros unificados recentemente pela CBF, incluindo os torneios antes de 1971.

MAIOR TORCIDA, MELHOR TORCIDA...

Fala sério. Torcida que conta mesmo é a que vai aos estádios. De que adianta ter 17 milhões de torcedores se apenas 20 mil vão ver os jogos? A questão de maior torcida ainda é contestada pelos corinthianos e, segundo consta, a do Chivas Guadalajara está alcançando ou já alcançoo o status de maior torcida do mundo.

Aí, falam em qualidade, que não há torcida melhor, tão apaixonada. Será? Eu vejo o comportamento das torcidas nos estádios e não noto nenhuma diferença. Quando o time vai vem, comemoram. Quando vai mal, vaiam, invadem concentrações, apedrejam ônibus, pixam muros, levam faixas de protesto, atiram moedas nos jogadores. Qual a diferença pras outras? Na boa, deveriam esquecer a paixão e o umbigo e olhar pros lados. Torcida apaixonada? Olha a do Santa Cruz-PE. Disputou a quarta divisão do brasileiro e lotou o estádio. Olha a do América do Rio. Tão poucos e o time só perdendo e eles estão lá. Eu vejo muitos flamenguistas dizendo "até desliguei a TV e fui dormir".  A torcida do Flamengo é igual a qualquer outra.

MEGALOMANIA

Os flamenguistas se acham, ainda, a última Coca-Cola do deserto. Aqui no Brasil, outros clubes já tiveram conquistas maiores mas eles ainda se acham o melhor do mundo, quando tal título mundial completou nada menos que 30 anos. Só como exemplo, temos o São Paulo, tricampeão mundial e seis vezes legitimamente campeão brasileiro. E essa mania de achar que o Maracanã é deles? Um clube com a tradição do Flamengo não ter estádio próprio é uma vergonha, mas o argumento mulambo é dizer que o "Maraca é a casa do Flamengo". Se é assim, porque o estádio não tem suas cores? Cadê o escudo, como tem no Morumbi? Cadê a sala de troféus no Maracanã?

É como eu digo. Os flamenguistas ignoram os fatos, a história, usam pesos e medidas diferentes, argumentam umas coisas e ignoram os mesmos argumentos quando eles são contra.

Mesmo vascaíno, acho justo atribuírem o título de 87 ao Fla e não acho que o Mundial de 81 perdeu a importância. Apenas acho coerente que eles se atenham ao mesmo fato para reconhecerem as conquistas de outros times. Olhem a história e vejam seus vices e percebam que isso é uma realidade muito mais de vocês do que nossa.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

COMO FAZER UM GRUPO DE PAGODE

Nas andanças de músico, pensei em uma formatação para um grupo de pagode.

O grupo de pagode deve ter, no mínimo, 12 integrantes: bateria, violão, contrabaixo, teclado e cavaquinho são essenciais, com esses, já é possível de levar todo e qualquer tipo de pagode. Ah, sim: entram aí banjo, pandeiro, repique, reco-reco, tantam, surdo, bongô, timbale, atabaque... esses instrumentos você pode perfeitamente distribuir entre os outros integrantes. 

Um detalhe importante: embora não façam a mínima falta musicalmente falando, é essencial que quem toca pandeiro, surdo, reco-reco e tantam fiquem à frente do palco.

O mínimo de integrantes é 12 mas não existe um máximo estabelecido. Prepare-se pra ter microfones extras porque se a casa de espetáculos em questão não for preparada pra pagode, alguém vai ficar sem cantar e isso é inconcebível. Todo mundo no grupo de pagode tem que cantar, mesmo que seja desafinado. Um grupo de pagode deve ter, pelo menos, dois vocalistas principais. Enquanto um canta a letra, o outro fica fazendo voltinhas com os finais de frase ou alguma palavra da frase da letra pra criar um efeito "não tô entendendo a letra". Aos outros integrantes, basta seguir a regra de esperar que o vocalista cante o refrão da música pra repetir, em uníssono (abrir vocal neeeem pensar!). Então, não faz diferença se o grupo tem 12 ou 26 integrantes, contanto que cantem sempre a repetição do coro. Atenção: se o grupo for cantar Zeca Pagodinho (que, na verdade, é samba), essas vozes precisam ser estridentes no estilo o povo da velha guarda.

Outra coisa importante é a dinâmica no palco. Os que ficam à frente devem ficar no estilo "dois pra cá, dois pra lá". Nada mais apropriado pra combinar com a mesmice de uma levada de pandeiro ou surdo. Jamais, eu disse jamais deixe de usar as frases "pediu pra parar, parou" e "bate palma aê, pô" (também com a variação "quem gostou, bate palma").

Fazer grupo de pagode exige cumprimento dessas regras, o que torna tudo muito previsível, mas é assim que funciona. Bom pagode!

Obs. Pagode, na verdade, não é ritmo musical, mas a denominação que se dá a uma roda de samba de fundo de quintal.