Procurador de coisas

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

BALANÇO

Mais um ano se encerra e o fechamento desse "ciclo" é mais por estabelecer marcos mesmo. Porque a vida continua na semana que vem como qualquer outra, a exceção de o trânsito ficar um pouco melhor até o carnaval.

Foi um ano até diferente. Entrei em 2011 com o carro que sempre quis, embora não seja zero, é o modelo que gosto. Namorei, separei, namorei de novo. Saí, fiz coisas que não fazia há anos. Reaprendi a beber, mas nunca em excesso. Tive crise, internação, vendi minha casa, voltei a morar com meus pais (e espero que seja breve), voltei a tocar com a banda, consegui dar alguns presentes de Natal, meu time foi campeão e teve ótimos desempenhos em outros dois campeonatos. Fiz minha primeira tatto e voltei a usar brinco, aliás, brincos, porque coloquei mais dois. Passei a me depilar no peito e barriga. Passei máquina e tirei meu topete que usava há 12 anos.

Foi um ano de mudanças. Minha amiga Ana Giesteira, minha psicóloga particular, me fez ver as coisas de outra maneira, a perceber meu valor, a ver o valor dos outros, a conduzir as coisas em uma relação. Aprendi sobre aceitação, sobre o inevitável e o inesperado. Tive um encontro maravilhoso com Patrícia Quintiliano e sua adorável família em Ouro Branco e lá encontrei outras pessoas, como a bem humorada Leca Castro, sua linda filha Lud, Amanda Finote e família. Em 13 anos de retocolite, nunca me senti tão em casa, cercado de pessoas para quem não precisei dar nenhuma explicação. Foi um momento devidamente marcante na minha vida. Sem contar as pessoas maravilhosas que são. Pat foi minha irmã mais velha (mas nem tanto) e como essa mulher me deu suporte nos primeiros meses do ano!

O ano seguiu e reecontrei alguém que não tinha muito contato, mas já conhecia há 15 anos. Foi a melhor coisa que me aconteceu em 2011.

Algumas frustrações e coisas ruins também rolaram, óbvio. Na empresa, nada de novo, nenhuma evolução. Até mesmo o fato de ter que voltar a morar com meus pais me é incômodo depois de sete anos de privacidade.

Foi um ano de muita reflexao, arrependimentos por decisões erradas, coragem pra buscar algo novo e não palpável. Houve choro, reconhecimento de culpa, reação ríspida contra acusações e moralismos. Houve enfrentamento, houve fuga por covardia e por querer evitar atritos e mágoas. Em 2011, foi um ano inteiro de balanço, onde em cada mês havia uma decisão a se tomar. Foi realmente um ano diferente pra mim.

A lição é que em 2012 posso fazer algo diferente, não algo mais, apenas diferente. Pensamos sempre em fazer algo mais, algo que supere o ano anterior, mas fugir da rotina de anos e anos já é algo bom. Eu viajei de avião sozinho, peguei estrada pra Minas sozinho, andei de navio por 12 horas sozinho. Eu queria conhecer a Argentina ou o Chile e vou programar isso pro ano que vem. A vida corrida e o salário não tão generoso não ajudam a gente a fazer constantemente esse tipo de coisa, mas algo diferente será feito, sim.

Se o próximo ano será melhor ou pior, não sei. Mas certamente vai ser diferente. Pelo menos pra fazer jus ao chamado "Ano Novo".

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

ANO NOVO,... MESMICE...

Chega mais um fim de ano e ouvimos as mesmas coisas. Mensagens em comerciais, em emails, nas redes sociais, em cartazes, enfim, em todos as lugares vemos mensagens de ano novo.

De novo mesmo só o ano e "de novo' essas mesmas mensagens que, no fim, causam o mesmo efeito todos os anos: nenhum. Sabe a história da dieta que fica sempre pra segunda e nunca começa e, quando começa, termina na terça? É por aí. Um monte de promessas apoiadas no pretexto do dia primeiro. Usam o ano novo como um marco para novos acontecimentos.

No fim das contas, o ano novo é bom quando cai numa quinta e as pessoas podem emendar um bom feriadão, até porque, se isso acontece, é porque no Natal foi a mesma coisa, já que a diferença é de uma semana entre um e outro. E é fato que, passando o feriado, as coisas continuam. Nenhum chefe fica menos rígido depois do ano novo, nem o seu salário aumenta por isso. O trânsito vai continuar engarrafado, os assaltos não vão parar, os processos na justiça vão continuar lentos, os hospitais, lotados e as filas de banco, imensas. 

O que muda a vida das pessoas são fatos e não datas. O que foi mais marcante para as pessoas que perderam casas e família no morro do Bumba? O reveillon ou o drama do acontecido? O que foi mais relevante pra uma mulher? Passar o Ano Novo em Copacabana ou ter seu primeiro filho num dia do mês de julho? Ano Novo é um feriado. Os dias mais esperados do ano superam em expectativa o Ano Novo. Eu fico doido pra que cheguem minhas férias, pra que comecem os campeonatos, pra que chegue o fim do mês. Ano Novo não é novidade, embora seja o ano "novo". Isso é cíclico e esperado, mas uma visita ou telefonema de alguém que você não vê há anos pode mudar os rumos de duas vidas. Encontrar aquela pessoa por quem você se apaixonou anos atrás, receber um presente especial, ser homenageado pelos alunos ou colegas de trabalho... Coisas assim mudam os rumos, às vezes e não precisam acontecer numa virada de ano, nem em qualquer data festiva.

A vida nos surpreende sempre e é nessas surpesas que temos que ter o estímulo pra tal "vida nova".

A não ser que se ganhe na "Mega da virada", o reveillon não vai mudar nada em nossas vidas por assim ser.





segunda-feira, 21 de novembro de 2011

VERDADES FLAMENGAIS

É um tanto óbvio que qundo se discute futebol quem fala sempre tem razão, não importa pra que time torça. Mas o que tem irritado muito é o fato de os flamenguistas ignorarem completamente os fatos, fazendo suas zoações com pouco ou nenhum embasamento, se é que isso é fundamental pra se sacanear alguém. Sou vascaíno e essa é, definitivamente, uma postagem antiflamenguista.

VICES

Esse é o maior exemplo de que a torcida mulamba ignora completamente a história futebolística. Vamos aos fatos:

Em estaduais, o Flamengo tem 29 vices, contra 22 do Vasco. O famoso trivice do Vasco, que tanto perturbam, aconteceu duas vezes na história do Estadual. Já a mulambada conseguiu o feito três vezes, sendo que, na década de 80, foi trivice duas vezes.

No Campeonato brasileiro, o Flamengo não tem vices e o Vasco tem um.

Na Copa do Brasil são três vices para o Fla - contra Grêmio, Cruzeiro e Santo André(!) contra um do Vasco, para o próprio Flamengo.

Na extinta Mercosul, atual Sulamericana, o Flamengo tem um vice e o Vasco, nenhum.

Nenhum dos dois tem vice na Libertadores e o Vasco tem dois vices mundiais.

Ignorando-se a relevância dos títulos, que na hora de zoar nem conta, a história mostra que o time urubuzense tem bem mais vices.

Ainda a respeito dos vices, a galera do puleiro da Gávea só se lembra em falar de vice quando é o Vasco que perde um título. Foi assim quando o Vasco ganhava tudo no basquete e perdeu a final do Mundial contra um time da NBA, resultado previsível. Na época, diziam que basquete não contava mas foi só o Vasco perder o Mundial que basquete passou a contar como algo relevante. Recentemente, conquistamos o Mundial de futebol de areia e o brasileiro de showbol. Todo mundo quieto, mas se perde...

Sem contar que quando o Vasco conquista algo é dado como sem importância. Por exemplo, se o Vasco conquistar a Sulamericana, a importância que será dada a isso, por parte da torcida rubronegra será zero. Claro, a não ser que o Vasco chegue à final e perca. Aliás, é uma mania deles diminuir a história alheia. O título sulamericano do Vasco de 1948 é completamente ignorado.

TIME DE CHEGADA. SERÁ?

A flamengada se gaba que, quando chega a uma final, é pra vencer! Devem falar isso baseado na quantidade de títulos estaduais que conquistaram. O que não dá pra entender, já que eles têm mais vices. Na CB, a história se repete: Dois títulos e três vices. Mas isso nada mais é que uma bravata. Vamos ver:

O Flamengo foi cinco vezes campeão brasileiro e mais uma por autoproclamação, duas vezes campeão da Copa do Brasil e conseguiu mais três classificações à Libertadores na era dos pontos corridos. Portanto, temos aí 11 classificações para a Libertadores. Eu pergunto: quantas o Flamengo ganhou? Quantas aquele time da era Zico conquistou? Eu pergunto por que um clube em que os torcedores proclamam ser um time de chegada não confirmou isso em uma chamada época de ouro para eles?

DECISÕES POLÊMICAS

Já ouviram falar no ladrilheiro? E no chororô? E no famoso jogo entre Flamengo e Atlético Mineiro pela Libertadores, até hoje reclamado? Pois é, os jogos decisivos que envolvem o Flamengo sempre tem algo de polêmico, de estranho. Nunca é algo límpido e incontestável. O maior exemplo está na decisão da vaga para as semifinais contra o Galo mineiro, na Libertadores de 1981. Pra começo de conversa, o árbitro era o carioca José Roberto Wright, que viajou no mesmo avião do time carioca e hospedou-se no mesmo hotel. Pra confirmar toda a armação mulambenta, o jogo nem polêmico foi. O lance foi descarado mesmo com quatro expulsões do time mineiro, sendo a do craque Reinaldo aos 10 minutos de jogo. Depois, foi expulso todo o banco de reservas do Atlético.

Esse tipo de acontecimento é classificado no dicionário rubronegro como "chororô". Podemos traduzir "chororô"  como circunstância em que o juíz é decisivo a favor do Flamengo, o clube reclamante tem razão mas a flamengada ignora isso completamente e comemora na maior cara de pau.

O mesmo aconteceu, anos depois, com o Botafogo.

DESRESPEITO À HISTÓRIA ALHEIA

O Sulamercano de clubes de 1948, conquistado pelo Vasco, é um título completamente ignorado pelos flamenguistas. Talvez por ter sido conquistado há muitos anos ou por ele não se chamar Libertadores. mas fato é que o Vasco foi o primeiro campeão continental. Mas como todo bom flamenguista, são dois pesos, duas medidas. O tíutulo da Copa Toyota, conquistado pelo Flamengo em 81, chamado Mundial de Clubes não existe mais. Tratava-se de uma final entre clubes da América do Sul e da Europa. Os outros continentes não eram representados nesse "mundial". A partir de 2000, o campeonato passou a ser FIFA e incluir clubes de outros continentes, ainda não de maneira justa, mas mesmo assim estão lá. Sendo assim, esse título de 81 deveria ser esquecido. Ao mesmo tempo que a flamengada não reconhece o sulamericano de 48 do Vasco e ignora a mesma mudança de "regras" pro seu mundial, também ignora os títulos brasileiros unificados recentemente pela CBF, incluindo os torneios antes de 1971.

MAIOR TORCIDA, MELHOR TORCIDA...

Fala sério. Torcida que conta mesmo é a que vai aos estádios. De que adianta ter 17 milhões de torcedores se apenas 20 mil vão ver os jogos? A questão de maior torcida ainda é contestada pelos corinthianos e, segundo consta, a do Chivas Guadalajara está alcançando ou já alcançoo o status de maior torcida do mundo.

Aí, falam em qualidade, que não há torcida melhor, tão apaixonada. Será? Eu vejo o comportamento das torcidas nos estádios e não noto nenhuma diferença. Quando o time vai vem, comemoram. Quando vai mal, vaiam, invadem concentrações, apedrejam ônibus, pixam muros, levam faixas de protesto, atiram moedas nos jogadores. Qual a diferença pras outras? Na boa, deveriam esquecer a paixão e o umbigo e olhar pros lados. Torcida apaixonada? Olha a do Santa Cruz-PE. Disputou a quarta divisão do brasileiro e lotou o estádio. Olha a do América do Rio. Tão poucos e o time só perdendo e eles estão lá. Eu vejo muitos flamenguistas dizendo "até desliguei a TV e fui dormir".  A torcida do Flamengo é igual a qualquer outra.

MEGALOMANIA

Os flamenguistas se acham, ainda, a última Coca-Cola do deserto. Aqui no Brasil, outros clubes já tiveram conquistas maiores mas eles ainda se acham o melhor do mundo, quando tal título mundial completou nada menos que 30 anos. Só como exemplo, temos o São Paulo, tricampeão mundial e seis vezes legitimamente campeão brasileiro. E essa mania de achar que o Maracanã é deles? Um clube com a tradição do Flamengo não ter estádio próprio é uma vergonha, mas o argumento mulambo é dizer que o "Maraca é a casa do Flamengo". Se é assim, porque o estádio não tem suas cores? Cadê o escudo, como tem no Morumbi? Cadê a sala de troféus no Maracanã?

É como eu digo. Os flamenguistas ignoram os fatos, a história, usam pesos e medidas diferentes, argumentam umas coisas e ignoram os mesmos argumentos quando eles são contra.

Mesmo vascaíno, acho justo atribuírem o título de 87 ao Fla e não acho que o Mundial de 81 perdeu a importância. Apenas acho coerente que eles se atenham ao mesmo fato para reconhecerem as conquistas de outros times. Olhem a história e vejam seus vices e percebam que isso é uma realidade muito mais de vocês do que nossa.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

COMO FAZER UM GRUPO DE PAGODE

Nas andanças de músico, pensei em uma formatação para um grupo de pagode.

O grupo de pagode deve ter, no mínimo, 12 integrantes: bateria, violão, contrabaixo, teclado e cavaquinho são essenciais, com esses, já é possível de levar todo e qualquer tipo de pagode. Ah, sim: entram aí banjo, pandeiro, repique, reco-reco, tantam, surdo, bongô, timbale, atabaque... esses instrumentos você pode perfeitamente distribuir entre os outros integrantes. 

Um detalhe importante: embora não façam a mínima falta musicalmente falando, é essencial que quem toca pandeiro, surdo, reco-reco e tantam fiquem à frente do palco.

O mínimo de integrantes é 12 mas não existe um máximo estabelecido. Prepare-se pra ter microfones extras porque se a casa de espetáculos em questão não for preparada pra pagode, alguém vai ficar sem cantar e isso é inconcebível. Todo mundo no grupo de pagode tem que cantar, mesmo que seja desafinado. Um grupo de pagode deve ter, pelo menos, dois vocalistas principais. Enquanto um canta a letra, o outro fica fazendo voltinhas com os finais de frase ou alguma palavra da frase da letra pra criar um efeito "não tô entendendo a letra". Aos outros integrantes, basta seguir a regra de esperar que o vocalista cante o refrão da música pra repetir, em uníssono (abrir vocal neeeem pensar!). Então, não faz diferença se o grupo tem 12 ou 26 integrantes, contanto que cantem sempre a repetição do coro. Atenção: se o grupo for cantar Zeca Pagodinho (que, na verdade, é samba), essas vozes precisam ser estridentes no estilo o povo da velha guarda.

Outra coisa importante é a dinâmica no palco. Os que ficam à frente devem ficar no estilo "dois pra cá, dois pra lá". Nada mais apropriado pra combinar com a mesmice de uma levada de pandeiro ou surdo. Jamais, eu disse jamais deixe de usar as frases "pediu pra parar, parou" e "bate palma aê, pô" (também com a variação "quem gostou, bate palma").

Fazer grupo de pagode exige cumprimento dessas regras, o que torna tudo muito previsível, mas é assim que funciona. Bom pagode!

Obs. Pagode, na verdade, não é ritmo musical, mas a denominação que se dá a uma roda de samba de fundo de quintal.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

UMA VERDADEIRA LEGIÃO

Quando eu digo que esses grupinhos de música baiana e luans santana da vida são uma nuvem passageira que agrada a um público igualmente passageiro não é discriminação. É fato!

Fazendo alguns shows por aí percebo o quão relevante se tornou a Legião Urbana para a música. Já havia presenciado adolescentes cantando todo o repertório legionário. Recentemente, fizemos um show em um clube e lá eu vi crianças e idosos cantando. No último show, uma criança foi com os pais e comandou o agito da galera.

Não importa o que digam: as boas músicas, como as da Legião, são atemporais e o que é descartavel não foi feito pra resistir ao tempo.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

ENTRE O AGORA E O AMANHÃ

O Facebook está cheio de frases legais que são copiadas e coladas nos perfis em progressão geométrica. Hoje, eu vi uma muito interessante:

"O maior erro do ser humano é trocar o que ele mais deseja na vida pelo o que mais deseja no momento."

Claro, tirando aí a hipérbole de que é "o pior erro", é uma frase muito verdadeira. O que sempre ouvi desde criança é que a vida é comparada a um caminho ou uma estrada. Essa frase retrata bem os rumos desse caminho porque decisões impulsivas que representam um prazer momentâneo podem fazer com que paremos, andemos pra trás ou tomemos rumos errados em bifurcações da vida. Vontade é algo que dá e passa. Vontade nem sempre tem que ser satisfeita porque o que pode sobrar depois é arrependimento e frustração. Ah sim, e prejuízo. Prejuízo é algo relativo porque pode ou não ser recuperado. Depende do que se envolve, se são coisas ou pessoas. Depende do que está sendo envolvido na decisão momentânea.

Uma decisão errada, tomada por impulso pode trazer consequências irreversíveis e em muitas vezes essas decisões podem remeter a outras decisões passadas. Uma atitude errada, mas que sugere que foi pensada ou  se teve possibilidade de ser evitada com um simples "não" pode significar pras pessoas que nos cercam que não tomamos jeito, que nossos defeitos são irremediáveis. O que as pessoa tem a ver com isso? Com nossa vida e nossos erros? Nada. Os erros estão aí pra serem cometidos mesmo mas se não se pode aprender nada com eles, então, os erros são mesmo um grande problema.  E quanto às pessoas terem ou não algo a ver. Bem, a não ser que se consiga viver sozinho, independente de ajuda, de conselhos, de auxílio, de apoio, de calor humano, de amor de todos os sentidos ou no mínimo uma boa convivência social, acho que é importante, sim, ter uma boa reputação diante das pessoas. Por si mesmo, antes de tudo e depois pelos que nos cercam, principalmente os que nos amam. Existem pessoas que apostam na gente, que apoiam e estão sempre dispostas a correr até riscos por nós. Caímos, erramos e lá estão os mais próximos prontos a nos dar a mão. Um erro cometido com o devido arrependimento mostrado e um bom esforço para se mudar de atitude faz com que quem está conosco nos apoie cada vez mais, apesar das nossas dificuldades. Por outro lado, dar de ombros aos erros grosseiros da vida faz com que as boas expectativas dos amigos diminuam até que, um a um, todos passem a desacreditar em nós.

A impulsividade é algo do ser humano. Outra coisa que se ouve desde sempre é pra se aproveitar a vida ao máximo porque ela é curta. Fazer o que se tem vontade porque só se vive uma vez. Isso pode ser muito válido, inclusive com toda a dose de irresponsabilidade do mundo. Também é possível se viver coisas boas, agradar à alma com momentos de pura loucura mas é sempre bom lembrar da lei física de que pra toda ação corresponde uma reação. Nem sempre de mesma intensidade e nem sempre em sentido contrário, é verdade, mas consequência há. Eu, sinceramente, prefiro viver coisas boas pra minha vida com todos os riscos devidamente calculados. Aprendi e estou aprendendo a pesar as coisas e ver o quanto cada uma vale a pena., sobretudo no que envolve pessoas, mais ainda quando envolve as que amo e que me amam. Fazer por fazer, falar por falar e com isso as atitudes e palavras podem minar a confiança de quem recebemos as coisas boas da vida. Aprendi a refrear minha língua porque já falei coisas demais nessa vida e que me trouxeram consequências. Já tive atitudes ruins que arranharam minha imagem e que até hoje, mesmo com mudanças que consegui usando essa balança, ainda prevalecem pras pessoas do que eu sou. Eu prefiro ser mais frustrado em alguns momentos por não satisfazer um momento e ter como recompensa muitos outros com pessoas que valem a pena. Tem pessoas, inclusive, que valem a pena e outras não. 

sábado, 23 de julho de 2011

PRAGMÁTICO

Sou pragmático, não tem jeito. Por eu estar hospitalizado, muitos amigos, dos quais dependo e os quais amo, insistem em mandar mensagens de pensamento positivo. Por que as pessoas insistem em algo que não dá certo?

Ninguém para pra pensar que, de fato, isso não resolve. Tudo bem, ser negativista e pessimista não resolve mas não quer dizer que o pensamento positivo vá resolver porque ele sequer ajuda. Falando assim parece até ingratidão minha pois rechaço a ideia do positivismo enquanto todos torcem pela minha melhora. Mas não é.

Não sei em que as pessoas se baseiam para crer com tanta certeza no pensamento positivo. Na prática, nunca funciona. Está chovendo lá fora e mesmo que todos os praianos pensem positivamente ao mesmo tempo, o Sol não surgirá. Todos os que me amam pensam positivo desde que cheguei aqui e eu ainda estou no meu leito, quase da mesma forma que entrei. Dois times entram em campo confiantes no título, pensando positivo, mas só um ganha. Muito pensamento positivo, de uma nação inteira, em 1994 mas após um acidente, perdemos nosso melhor piloto de Fórmula 1, Ayrton Senna, no mesmo ano em que a mesma nação torceu pelo tetra, que veio.

A chuva vai passar quando muitos fatores climáticos forem favoráveis a isso. Eu vou melhorar quando antibióticos e corticoides fizerem efeito e meu organismo começar a reagir, o que envolve um monte de fatores bioquímicos. Além do que, a recuperação é sempre, sempre lenta. O time campeão será o mais empenhado e com mais sorte. As pessoas morrem porque têm sua hora e se dependesse de torcida pra algo, a China seria a maior potência mundial desde sempre.

No campo da fé, meu cristianismo não se baseia em declarações nem em poder de palavras ou no chamado "profetizar". Deus faz quando quer e cabe a nós apenas pedir humildemente que ele faça algo. Dependesse de declararmos algo, nossas vidas seriam livres de doenças e problemas. Como não vou "aceitar" uma doença que é minha já? Sim, tenho uma doença crônica como outras milhões de pessoas têm e convivem com isso durante toda a vida e se Deus quiser fazer o milagre de curar, ótimo. Se não, Ele vai me dar força pra suportar. É assim que funciona. Não somos nós que determinamos as coisas aqui, não. Desde quando isso aconteceu? Desde quando o cristianismo foi levado dessa forma? Se o próprio Jesus disse que a gente teria aflições e se Paul, apóstolo, disse que estava apto a padecer todo tipo de revés (aliás, contexto usado para a famosa frase "tudo posso nAquele que me fortalece"). Então, declarar coisas não tem nada a ver com o cristianismo. Eu vivo conforme Deus vai dando condição. É Ele quem determina o meu presente e o futuro. E fim de papo.

Claro que não sou ingrato. Encaro o pensamento positivo dos meus amigos como uma torcida pelo meu bem, pelo desejo de eu melhorar rápido, por imaginarem que estou sofrendo aqui (e estou). Então, encaro isso como uma demonstração de amor por mim, seja em que nível for. Isso me deixa feliz demais.

Acho que a tônica do positivismo é ver isso nos resultados, quando acontecem. Uma hora vou ter que sair daqui e, quando isso acontecer, vão atribuir isso ao pensamento positivo, eu sei. Isso nunca vai mudar, tenho certeza. As pessoas vão continuar acreditando nele mesmo que sua eficácia nunca se mostre presente, pois e fosse, transformaríamos o mundo num piscar de olhos. Já viram a propaganda da Coca-Cola? "Existem razões para acreditar. Os bons são a maioria." Ainda assim, tantas pessoas que preferem a paz não evitam a guerra porque isso não depende de pensamento e sim de atitude. É isso que faz diferença: atitude.

Peço mil perdões por parecer ingrato, mas não sou. Ao contrário, o apoio que me dão todos os dias, as mensagens de incentivo, os desejos de melhora, os telefonemas, as visitas, entre outras coisas me fazem sentir amado e aí sim, tudo isso monta uma forte estrutura emocional pra mim, fundamental para minha melhora, pois o que sofro depende diretamente disso. Essa atitude, sim, atitude de vocês me trazem um bem, efetivamente. Amo todos vocês e todos são importantes pra mim.

domingo, 17 de julho de 2011

MAL NECESSÁRIO... E INÚTIL...

Mais de três semanas sangrando e qual seria o plano? Mais uma vez, com muito esforço, me levantar cedo após uma noite mal dormida e tentar ir trabalhar. Levar isso torcendo, durante a semana, que o remédio faça efeito enquanto "me recupero" no trabalho. Isso evitaria muitas coisas: eu não entraria pelo INSS, não ficara dois meses sem salário e não sofreria com a recuperação hospitalar. 

Funciona assim: a prednisona, que serve para conter o sangramento, não faz efeito via oral em algumas vezes. Então, o indicado é a internação para a administração por via venosa. Um problema: meu médico não atende no hospital onde me interno. Além disso, ele está viajando. O que acontece? Dou entrada na emergência onde um clínico geral ouve meus relatos enquanto pede exames de sangue. No resultado, eu já sei: taxa de leucócitos alta e proteína C reativa alterada, apontando um quadro inflamatório. Nada que eu não saiba, afinal, já aconteceu sete vezes. Então, até aparecer um gastro no plantão (não tem) ou na enfermaria (nunca aparece), um tratamento seguindo cartilha acontece: antibióticos.

Mais um problema: depois de tantas vezes internado, cadê veia que resista à aplicação dos medicamentos? Não tem. Quando se encontra, são várias tentativas até se achar. Multiplique isso pelos dias de internação, uma comida que não consigo comer, noites que não consigo dormir, fora o simples fato de se estar em um hospital... Lá fora, a vida continua, as contas seguem para serem pagas. Tudo isso para uma doença onde o equilíbrio emocional afeta diretamente a recuperação causa o efeito contrário que deveria fazer. Aí, meus amigos dizem que "é o melhor pra mim, apesar do sofrimento". Pra quem já passou por várias estadias lá, digo que não. Nas duas últimas internações, saí meio que pedindo pra isso, até omitindo um quadro ruim. Loucura? Dois dias depois a melhora em casa foi maravilhosa.

Paro um pouco aqui e penso em todos os tormentos de uma, mais uma internação. Como sei que não será feito o tratamento adequado desde o começo, isso será inútil. Pior que é necessário. Meus prazos de abono pela empresa já se esgotaram e agora, com meu médico só voltando no mês que vem, dependo completamente do hospital para a emissão de um laudo para eu dar entrada no auxílio doença, pelo INSS, coisa que só vai acontecer depois que eu sair de lá. Ah sim: antibiótico significa uma quantidade mínima de dias para tratamento: sete ou dez. Depois, vai-se repetindo os prazos.

Não dá nem muito pra mentir porque os exames de sangue são feitos a cada dois dias e lá aparece o quadro que estou.

Um esforço a mais para ir trabalhar num estado em que até ficando em casa está punk é algo arriscado. Além de passar mal na rua, posso agravar o estado clínico e ter mais demora para reverter o quadro mais tarde. Escolher o hospital parece fácil, por ser uma escolha óbvia, por causa das opções que se apresentam pra mim. Todo sofrimento que tive nos últimos episódios hospitalares causam uma força contrária ao caminho da enfermaria.

Já acertei de receber meus contrabandos: torradas, sucos, geleia de mocotó, biscoitos. Sem isso, é impossível matar a fome por lá. 

Embora tudo isso, deve ser o caminho a ser trilhado por mim. Estarei munido de um netbook, mas não tenho mais um modem. Não sei se o hospital disponibiliza uma rede wireless, mas a gente dá um jeito de usar o celular como modem, embora isso seja irritantemente lento.

Fazer o que? Pelo menos apoio não vai faltar.

sábado, 16 de julho de 2011

ODEIO PAGODE

Acho ótimo ter um planeta só meu. Repito sempre que aqui não é democracia. Lê quem quer, comenta quem quer, amigo ou não, gostando ou não. Pode comentar o que for, aqui tem liberdade pra isso, mas a minha opinião está aqui pra ser dada porque é um lugar meu. Se algo parecer discriminatório, azar. Meu espaço não foi criado pra agradar, mas pra expressar meus sentimentos, raivas, alegrias, tristezas, manias e tudo mais que eu achar conveniente.

Rock ouvido em volume baixo é horrível, embora eu consiga perfeitamente curti-lo dessa forma. A maioria dos rockeiros acha que não, mas acho desnecessário. Eu não gosto de som estrondoso, que faz a gente gritar pra conversar. Quando quero ouvir música, e só música, coloco meus fones de ouvido com meu MP4, ambos de boa qualidade, e pronto.

Mas apesar do rock estar associado ao barulho, eu pergunto: alguém aí costuma ver rodas de rockeiros na rua com suas guitarras fazendo barulho que o resto da vizinhança não é obrigado a ouvir? Alguém já viu um grupo de rockeiros sentar num bar e colocar moedas naquelas malditas máquinas de música no último volume e ouvir suas músicas? Por acaso é comum quem gosta de rock sentar na calçada com som alto e churrasquinho com cerveja?

Vou dizer onde vejo rockeiros: em seus redutos. Quando ouvem suas músicas, o fazem dentro do seu quarto, nos seus ipods, em pubs ou onde mais gostam: nos shows. Rockeiros, apesar de muitos radicais acharem que só o seu tipo de música presta, entendem que nem todos têm o mesmo gosto musical e não obrigam o resto do mundo a ouvir suas distorções de guitarras.

Agora, a praga do pagode não tem jeito. Tô eu aqui na casa da minha mãe num sábado e ouvindo pagode alto de tudo que é lugar. Fui à padaria e vi dois grupos com músicas altas, pertos um do outro. Daqui, de onde digito, ouço mais um, vindo da rua de trás. É uma praga mesmo...

E é em qualquer lugar. A gente entra num ônibus ou van e qual é o som ambiente? Agora, nem precisa ser o motorista pra colocar o som, não. Por várias vezes já vi gente com o celular sem o fone ouvindo a porcaria do pagode. Ô, raça!

Nada a ver aqui com o ser humano, com o jeito de ser de cada um, personalidade, caráter, ser ou não trabalhador. Gostar de pagode não impede ninguém de ser bom, honesto, legal, amigo e muitas outras coisas que quem gosta de todos os outros tipos de música está apto a ser. É que a raiva bate em momentos como esse, onde o desrespeito total é apresentado a gente quando esse tipo de música idiota, que qualquer imbecil entende e canta, que não força o raciocínio é tocado.

Estava até comparando o nível intelectual de rockeiros e pagodeiros. Em geral, quem gosta de rock se liga muito na letra, portanto, é muito mais crítico, desenvolve muito mais (ou gosta porque tem isso desenvolvido, pode ser) o poder de interpretação (errado ou não). Fora que quem gosta de rock não se prende só aqui no Brasil. O rock é internacional, portanto, quem o ama se interessa pela língua inglesa, pela cultura da banda, do país, de sua história. A execução do rock é mais virtuosa individualmente e como conjunto. Leva-se tempo até ser um bom músico no rock. O que dizer do pagode?

"Eu te amo, quero ficar com você". Algo um pouco diferente disso como "fazer amor", "fica comigo essa noite" é cantado nos pagodes, além das letras de cunho afro-religioso. Quem gosta de pagode não precisa ter nível intelectual elevado. A letra não exige raciocínio, é só cantar. Vários percursionistas se juntam para fazer o que um baterista faz com o pé nas costas. Tudo que o pagodeiro faz é marcar ritmo, cada um no seu bate-bate. 

Não tem jeito. Eu não tenho como não associar o nível cultural ao de educação, se é isso que a realidade me mostra todos os dias. Pagodeiro tem, sim, menor nível intelectual que rockeiro. E pagodeiro acaba sendo mais mal educado, mais desrespeitador do espaço alheio.

Claro: é perfeitamente possível que alguém que gosta de pagode ser inteligente e bem educado, mas isso tudo se desmancha quando uma roda de pagode aparece. Aí a pessoa pensa que o mundo é do samba! Saco isso!

Infelizmente, aqui é o país do samba. Fazer o que? Minha opinião é essa. Eu odeio o pagode e todo o meio que o cerca. Não odeio as pessoas, apenas acho que deveriam respeitar um pouco mais o espaço alheio e, principalmente, o ouvido alheio.

A Fernanda é pagodeira (e flamenguista) mas eu a amo!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

CANSADO

Dezenove dias. Esse é o tempo exato que estou perdendo sangue. Se eu não melhorar até domingo, o caminho será o de outras sete vezes (ou oito, até perdi a conta): internação. Na verdade, isso nada resolve. O hospital me faz mal, me faz perder noites de sono, me faz comer mal. Nem tenho mais acessos pra receber os antibióticos desnecessários mas de praxe, porque até que um gastro venha me visitar, os leucócitos e a tal proteína C reativa apontam um paciente genérico com algum tipo de inflamação avançada. E eu só precisaria de uns dias de corticoide na veia. "Só" é modo de dizer. Isso já é demais, mas lá, por causa do antibiótico, tem período mínimo, dez dias, até me libertarem novamente.

Eu não quero passar por isso, não. Espero, sinceramente, melhorar até domingo, meu prazo limite pra decidir os próximos dias, inclusive entrar pelo INSS.

São 13 anos nessa vida de idas e vindas. A cada vez me sinto mais cansado, mas sempre buscando forças pra seguir em frente, afinal, tem que ser, né? Mas é bom que quem não passa por isso saiba que é enfrentar uma crise é uma remada contra a maré. Ser veterano na doença e ter consciência de todos os efeitos dela e dos remédios não me credencia a ser forte sempre, nem durante toda a crise. Dentro de mais sofrimento, há que se lembrar que aqui é um ser humano, propenso a estar fraco de vez em quando e forte pra variar.

Eu estou acostumadíssimo com incentivos e palavras de amigos de que vai melhorar. Sempre melhora, eu sei. O apoio dos amigos e amigas é fundamental pra enfrentar o problema, mas foi mal... nem sempre é suficiente. Quase nunca é. Os amigos são incríveis e nada seria de mim se não fossem eles. Agradeço sempre a força de quem quer meu bem, as palavras de apoio e carinho... e peço desculpas porque nem sempre vou reagir bem ao incentivo, àquela força e desejo de que eu melhore logo. Infelizmente, dependo que os remédios façam efeito, que Deus seja bom comigo pra encurtar o sofrimento da crise. Se dependesse do pensamento e da vontade, ninguém, garanto, deseja ficar bom tanto quanto eu.

Tomara que eu não pareça egoísta ou ingrato aos que me amam, mas tem horas que o sofrimento encobre tudo de bom que me é feito. A gente cansa às vezes e cansa de novo e de novo. Tem horas que, por mais que a gente acredite na melhora, a gente pensa que vai demorar, porque pra quem tá com dor, tudo demora mais. Passo por isso há 13 anos e posso assegurar que pensamento positivo não melhora ninguém. É puro pragmatismo mesmo. De prático, um bom acompanhamento médico, os remédios fazendo efeito e o organismo reagindo direitinho. Isso faz a diferença de verdade. Tudo como Deus quer pra cada vez que isso acontece.

Espero estar bem logo até domingo e que nada disso seja necessário. Quero ficar bem por mim, pra não preocupar os meus e todo mundo ficar bem. Não quero que desistam de mim, que me ajudem sempre. O carinho é fundamental pra que eu não desanime em muitos momentos. Mas como eu disse, toda minha humanidade me permite reagir mal ou não estar tão disposto a acreditar que as próximas horas serão melhores. A minha humanidade e a experiência, né? Sendo pragmático e prático, são anos e anos sabendo exatamente quais as possibilidades do dia seguinte. Não houve avanço na medicina, nenhuma nova droga ou técnica surgiu em tantos anos então, embora o apoio de quem amo, a experiência de longa data me permite desanimar mesmo assim.

São quase três semanas sem reagir ao remédio e não existe nada que mostre que amanhã ele vai fazer efeito. Pode acontecer, e isso é verdade. Pode mesmo, mas a gente entende que o mais provável não é isso. Infelizmente, o "certo" é ruim e o duvidoso seria surpreendentemente bom. Meu pensamento fica no desejo de que melhore e não na confiança de que isso aconteça porque somos passivos nesse sentido. Engolimos os comprimidos e deixamos ele agir como têm que agir. E se fosse por pensamento, eu nem estaria passando por isso de novo...

Tomara que não desistam de mim porque preciso das pessoas, muito ainda fora da crise. Amigos são sempre amigos e gosto deles comigo em todas as horas. Preciso deles.

E AINDA SE SUPREENDEM

Inicio a meados dos anos 90 e os funks e raps disso e daquilo começam a tomar conta do Rio e do Brasil. Dentre eles, o Rap das armas, onde cada tipo é citado na "música". Paralelo a isso, jovens cada vez mais jovens ostentam armas nas favelas e a violência cresce. Meninas cada vez mais jovens aparecem grávidas, não antes de sairem com meia dúzia de carinhas durante a semana. Hoje, se ouve que vai se roçar isso naquilo, chupar, lamber, esfregar...

Não, os raps que faziam apologia a várias coisas e as "melôs" de hoje com todos os Mc's e mulheres tudo que é tipo não estão restritos a um certo tipo de público. O brasileiro é idiota mesmo. Não tem critério pra nada. O que introduzem goela abaixo é bom só porque um cara famoso o fez conhecido de alguma forma. Se eu sentar aqui e juntar meia dúzia de palavras com um tema bem idiota, as pessoas vão gostar se isso cair na mídia. Brasileiro não tem critério pra votar, pra comprar, pra escolher nada. Todos os grupos disso e daquilo que surgirem serão bons o suficiente porque pra isso basta que eles apareçam, não precisa mesmo ser bom.

Luan Santana foi um achado. Uma mina de ouro. O carinha bonitinho que canta sertanejo pop e faz sucesso. Bom pra ele. As pessoas nem percebem que o cara faz 300 shows por ano, em média, e que em cada lugarzinho desses aí toca três músicas e vai embora. Bem, o Luan Santana, coitado, não tem nada a ver com isso. É só mesmo pra apontar um pouco da falta de critério do brasileiro em saber o que é bom. Se bem que, no caso dele, ele não causa nenhum mal a não ser a histeria adolescente. Isso vem desde Elvis e Beatles.

Voltando ao lado podre da "música" brasileira, criancinhas de três, quatro anos dançam funk e rebolam até o chão. Repetem os versos que se fossem falados em vez de cantados todo mundo ficaria "Ohhhh!". Interessante isso. Na música é engraçado, mas na vida real, nem tanto. Quando um pivete tá de pistola e mata um pra virar notícia no  Brasil Urgente, todo mundo se revolta. As mesmas pessoas que, anos atrás se divertiam anos atrás com o Rap das Armas. Daqui um tempo, os pais que acham tão engraçadinho a menininha dançando e cantado também vão achar o máximo ela "gravidinha" adolescente, atrasando a vida, atrapalhando os estudos, antecipando as coisas, criando um filho quando ainda teria que ser só filha.

Talvez isso seja uma grande viagem e essas coisas que a gente ouve por aí não influenciem em nada o comportamento das pessoas. Eu acho muita coincidência esse tipo de funk acontecer por aí na mesma época em que as mulheres vão ao baile sem calcinha, mas se a galera acha que é caretice, deve ser.

Santo? Eu? Nem de longe! Mas num mundo moderno, onde os padrões morais têm se individualizado, acho que cada coisa tem sua hora, seu lugar apropriado. O tal mundo moderno "exige" que se fale abertamente sobre sexo e socialmente tem que ser assim. Liberdade que é confundida com total liberalidade. O assunto sexo, se não tratado com o tema "responsabilidade", é inútil porque sexo é tão inerente ao bicho homem que falar e incentivar é desnecessário.

Mas esse assunto é tão comum aqui que ele se tornou tema de tudo e se tornou cultural. Que apareçam as mulheres um monte de coisas da vida e cantem seu "chupa isso" e "lambe aquilo". Deixem as crianças ouvirem, liguem os rádios, comprem CD's, baixem da internet, usem como toque do celular. Mas também, que achem a coisa mais normal do mundo quando tudo isso acontecer na vida real, fora de hora e de lugar.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

SEM AUDITORIA

Depois de dias ajudando a uma pessoa com sua monografia e com muita saudade de escrever no meu Planeta, cá estou. Aí fiquei pensando sobre o assunto que tratei no trabalho acadêmico e sobre os últimos acontecimentos em minha vida e na vida de amigos.

Gestão de processos, qualidade... até que cheguei ao capítulo onde se tratava das auditorias. Interna, externa e de qualidade e gestão. Em qual delas um de nós já foi auditor na relação alheia? Aposto que muitos de nós empenha conselhos com todo amor do mundo, querendo o bem de quem direcionamos as nossas sábias palavras. Se fosse assim, teria gente rica com isso e as relações seriam mais duradouras em vez de cada vez mais desmancháveis.

Se você acha que tem aquele conselho ideal porque passou pela mesma situação, esqueça! Suas experiências tiveram seu tempo, envolveram outras pessoas, envolveu você, que lida com as coisas diferente de como seu amigo ou amiga o faz. Os românticos sempre o serão, os passionais, idem. Os céticos no amor seguirão vidas desvairadas. Mais do que essas "lógicas" genéricas, dos tipos de pessoas, cada momento se constrói ou se destrói e pronto. Se você se envolveu com alguém que tinha um filho e agora quer aconselhar mostrando o caminho das pedras, pense ao menos que as crianças são, no mínimo, imprevisíveis. Os e as ex reagem diferente. Tem pai que não liga pra filho, tem pai que não vende fácil o "passe" da cria.

Se sua ex-mulher te disse exatamente as mesmas coisas que agora seu amigo ouve da sua atual que quer sair fora, eles que se entendam. Você não viveu os anos com eles, não sabe das suas intimidades, nem sabe se seu amigo está conseguindo ter liberdade e sem constrangimentos de ser completamente sincero a você e nem ao menos se está contando as coisas de forma imparcial. E mesmo que as palavras sejam as mesmas, as circunstâncias são únicas em todas as vezes e com todas as pessoas. Pode haver semelhanças mas o resultado vai depender de toda essa combinação entre os únicos seres com tantas variações nesse mundo.

Seu casamento deu certo? Você superou muitas coisas pra isso perdurar? Ótimo! Isso é maravilhoso mas se fosse regra, ou melhor, se houvesse fórmula seria simples demais. E se o seu não de certo, ora, deixe quem quer ser feliz ser. Não cerque seu amigo com seus critérios nem os aprisione nos que ele um dia disse que tinha. A vida é dinâmica e as pessoas são surpreendentes. Uma mulher mais velha pode ser uma impossibilidade absoluta pra mim até que eu conheça uma que desfaça essa teoria. A vida é assim mesmo. E tem mulher que escolhe o erro absoluto (nota mental: erro absoluto segundo um senso comum) de se juntar a alguém que a espanque e tem homem que se submete à mulher como se fosse filho. Nesses casos nem adianta falar. A verdade está ali, nua, crua e dolorosa.

As relações não são empresas, não são auditáveis porque o parecer do auditor, mesmo devidamente documentado, pode ser ter a mesma utilidade de um papel toalha, que absorve uma gordura e depois é jogado fora, mas a gordura vai reaparecer numa nova fritura, apresentando uma solução aparente ou temporária.

Seja na iniciativa de ter alguém, a de continuar com ou seguir sem, amigos devem apoiar no que precisar. Amigos concordam ou não, ajudam ou não. Os conselhos são bem-vindos até, mas o fato de não serem ouvidos não pode, jamais, ser critério para se deixar de estar ao lado de quem a gente quer bem. 

quarta-feira, 29 de junho de 2011

PRAGMÁTICO

A vida é tão complicada, embora sejamos nós mesmos os complicadores mas o ser humano tem a capacidade de criar artifícios nada práticos pra balizar a vida. Uma resposta lógica a uma dessas práticas vazias de resultados práticos e tudo que se consegue de volta, no máximo, é um: "Ah, também não é assim, né?". 

Claro que aqui vale o que cada um acredita, mas como meu planeta não é democrático, aqui vale o que eu penso. E o pensamento é usado como uma poderosa e eficaz arma para as situações da vida. Mas sejamos práticos: o que pensar pode fazer de real na vida? As coisas simplesmente acontecem e, quando dão certo, atribui-se isso ao pensamento positivo. Quando dão errado, sequer lembram que esse recurso foi usado, tipo: "Pensamos muito positivamente, mas não deu certo". Mas ouvimos sempre: "Que bom que tudo deu certo. O pensamento positivo de todos nos ajudou a superar isso". O que faz diferença mesmo é atitude e atitude de verdade. Adianta uma passeata a favor da paz enquanto seus manifestantes estiverem em litígio com cônjuges, pais brigados com filhos, vizinho em contenda com vizinho? 

Existe uma tendência maior de se dizer que dizer coisas ruins atraem as mesmas. Eu, sinceramente, não entendo isso. Uso a lógica pra rebater isso tipo: eu desejo muito, muito, muito ficar rico. Penso positivamente nisso e não acontece. Olhe a megasena. Milhões apostam, todos acreditando no bom resultado. Um ou dois ganham e qual o motivo? Ele pensou positivo. Ah ta. E todos os outros milhões de apostadores? Fosse assim, uma grande campanha de positivismo tornaria a China, país mais populoso do mundo, a maior potência mundial. Não é questão de crer ou se desfazer da crença alheia. É observar a prática. Uma país pensa positivo, mas o Ayrton Senna morreu, Leandro, o sertanejo, também. Tancredo Neves, José de Alencar... E quantos, na revolta oculta do seu coração, não deseja que outros morram e não morrem? Qual brasileiro não cansou de pensar positivo achando que a politica vai melhorar? E o que acontece?  Só piora.

Clubes de futebol investem milhões em estrutura e bons jogadores. Fazem isso como? Com pensamento negativo? Que tudo vai dar errado? Que nada. Disputam campeonatos nacionais, torneios continentais e chegam a uma final de Mundial de Clubes pra enfrentar outro clube que fez os mesmos investimentos e tem os mesmos propósitos. No final, com toda "corrente positiva", com torcedores espalhados pelos estádio e pelo mundo acreditando e torcendo (ninguem torce e vibra pensando em perder), aquela última conversa de incentivo antes de entrar em campo tipo "Vamo ganhar essa porra, hein!" e, no final, só um ganha. Ao vencedor é atribuído, entre outras coisas, o pensamento positivo que, na verdade, de nada participou.

Desculpe quem crê nisso, mas pensar negativamente não atrai nada. Eu não vou ter um resfriado só porque digo "acho que vou ficar resfriado". Fosse assim, eu ficaria anêmico mesmo me alimentando bem. E é aquilo: o pensamento positivo ou negativo só é válido quando a situação final mostra tal resultado. Se eu ficar mesmo doente, é porque pensei negativamente e não porque vírus e bactérias invadiram meu corpo. Eu costumo perguntar a essas mesmas pessoas por que se eu pensar em dinheiro, dinheiro e dinheiro e querer ficar rico não me torna rico? As pessoas vivem de sonhos, que nada mais são que pensamentos positivos. Sejamos pragmáticos: se fosse verdade isso, por que não dá certo pra todo mundo?

O que faz as pessoas alcançarem as coisas, e nem sempre, é a atitude. Aí sim, podemos colocar o pensamento como algo relevante porque pensar leva a uma atitude, mas o pensamento é a parte inerte, passiva e não leva a nada sem o primeiro passo. Pensar negativo não atrai doença mas se acharmos que as coisas vão mal mesmo e não tem jeito, a FALTA DE ATITUDE fará com que essa pessoa não se mexa a respeito e, aí sim, consequências virão. 

O que faz alguém resistir a uma cirurgia delicada não é pensar positivo, é um bom cirurgição, uma boa equipe, uma sala bem equipada e remédios que fazem o efeito esperado. Tire o pensamento e veja se ainda não é possível se salvar uma vida. Agora, tire a parte prática e veja o que acontece. O que eu digo é o seguinte. Não é que pensamento não é essencial. É que ele nem ajuda, em nada. É como uma torcida em um estádio de futebol. Ela é passiva. Quem ganha é quem tá no campo.

Pensar bem ou mal pode ajudar a nós mesmos. Eu tenho uma doença que é diretamente ligada ao emocional. Se eu me deprimir e começar a pensar em coisas ruins, isso vai afetar diretamente meu físico, mas isso é científico. Pensar em coisas boas, na parte boa da vida, irá tranquilizar meu sistema nervoso e, com isso, vou melhorar.

O que salva uma relação é mudança de atitude e diálogo, o que cura um doente é a eficiência profissional de uma médico, o que faz alguém dirigir bem é o treino. Pensar positivamente é meramente motivador mas sempre atua de forma passiva. Não estou sendo implicante nem afrontando a crença de ninguém mas se quem acredita em pensamento positivo/negativo parar, ponderar e pensar no senso prático, na razão da coisa e vendo resultados, vai ver que isso não leva a nada.

Aliás, qual a definição de "pensamento positivo"?

quinta-feira, 26 de maio de 2011

UMA DAS TEORIAS DO CRIS

Já fui tachado de implicante pelos amigos. No bom sentido. Tudo por causa do meu racionalismo excessivo e buscar a lógica em tudo. Estava eu me lembrando de algumas teorias inúteis que pensei. Vou chamá-la de TEORIA DA INUTILIDADE DOS ODORES.

A roupa suja vai pra máquina de lavar. Jogamos ali sabão em pó, que hoje tem vários odores pra mesma marca. Escolhemos o que mais nos agrada. Depois de lavada, lá vai o ciclo da máquina seguir seu rumo e despejar o amaciante devidamente diluído. O cheirinho gostoso do sabão já foi pro ralo, dando lugar ao perfume delicado do Comfort. Mas ninguém veste roupa amarrotada, né? Então vamos passar e nada como Passe Bem pra facilitar esse serviço. Passe Bem tem um cheirinho tão gostoso... chega e neutralizar totalmente o do Comfort... Em alguns casos, a coisa para por aí, mas ainda tem quem use sachê ou Gleide nas gavetas. E lá se vai mais uma essência inutilmente diluída na goma de passar.

Por outro lado, vai a mulher (sem implicância, é que ela é mais apropriada para a teoria ser mais convincente) tomar aquele banho gostoso que só. Sabonete Limão com Açúcar da Natura que deixa toda uma suíte com cheirinho. Antes de terminar o banho, óleo trifásico de maracujá. Depois, hidratante O Boticário...

Vai ela vestir aquela roupa com cheirinho de sabão amaciante Passe Bem sachê depois de usar um maravilhoso sabonete óleo hidratante perfume Carolina Herrera.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

EU TE DISSE, EU TE DISSE!

Dizem que se conselho fosse bom, seria vendido e não dado. Não acredito nisso, claro, mas conselho é igual favor: a gente não pode ficar chateado se não for atendido.

Tem gente que não atenta pras coisas gerais da vida. Alguns se encostam e não procuram emprego. Aí, vai a gente que tem o mínimo de coerência e diz: cara, a vida tá passando, você é jovem, aproveita agora porque depois fica mais difícil... Isso é um conselho que a experiência pode dar. É quase matemático, se é que é quase. Assim, a gente aconselha os mais novos a estudar, a aproveitar a juventude que têm porque sabemos o que vem depois...

Mas os mais velhos se esquecem justamente de que da mesma maneira que já foram jovens, pelo mesmo motivo deveriam entender que não tem jeito. Quem é jovem quer tentar por si mesmo, acha que entende de todas as coisas da vida. A sensação de liberdade e da eterna juventude é como um ópio. Mas a gente também se vê capaz de ter as soluções pra outras pessoas mais velhas também. 

Eu aprendi uma coisa que disse outro dia aqui no blog. Amor não tem regra, portanto, a gente pode avisar, pode conduzir mas não tem jeito. O coração quase sempre fala mais alto e ensurdece os ouvidos de quem está apaixonado. Danem-se os conselhos, dane-se a experiência alheia, dane-se se tudo leva a crer que a gente vai quebrar a cara lá na frente, dane-se se isso está óbvio. Não importa. Quando a gente está amando não há quem nos demova da ideia de continuar amando.

Os avisos, os alertas, os sinais... tudo parece ser inútil e acaba mesmo por dar aquela sensação de dever cumprido quando a merda estoura. Aí vem o irritante "eu te disse, eu te disse"

Eu me lembro quando na minha casa havia dois coqueiros e toda vez que eu ia tirar cocos pra tomar aquela água docinha vinha alguém e dizia: "Ó o dedo!". Como se o aviso evitasse o acidente, como se o dedo fosse cortado era porque eu não ouvi o que a pessoa disse.  Pois é, todo mundo acha o que é o melhor pra nossa vida. Acham que não conseguimos tomar decisões por nós mesmos. Também não entendem que conhecemos os riscos, estamos dispostos a correr esses riscos e, mais ainda, dispostos a arcar com as consequências. Quando a gente é jovem não tem muita noção do perigo, mas depois de velho, a gente sabe direntinho onde pisa. Se não sabemos, deveríamos. 

Acho que nunca vou deixar de dar e receber conselhos. Mas é a tal história do favor. A gente pede, se é favor, não pode ficar chateado se não for atendido. Tem gente que se irrita com isso, que se chateia com conselho não seguido. Fala sério! Eu falo pras pessoas o que eu estou vendo. Dizem que quem vê de fora, vê melhor (frase feita horrível, porque nem sempre é verdade), mas em última análise, ninguém tem que seguir nada.Cada um tem sua história e vai seguir seu caminho, que é único. O que a gente espera é que todos estejam cientes e preparados pras consequências.

terça-feira, 17 de maio de 2011

ATIRE A PRIMEIRA PEDRA

Tenho 35 anos. Desde os meus 17, quando tive minha primeira paixão fuminante, me entrego intensamente a ter todas as boas sensações de quem ama. Antes, eu fazia sem calcular os riscos, sem avaliar as possibilidades ruins. Era um voo às cegas, era jogar-se do abismo sem sequer ver a profundidade do perigo. Hoje, eu sei que tudo pode dar errado. Também recebo avisos de todos os lados, os sentinelas que me acompanham estão dando sinais de que pode haver perigo, que uma história ruim pode se repetir. E eu me perguntei: e daí?

Ir com calma para uma nova relação não garante nada no futuro. Uma decepção lá na frente pode acontecer independente de como tudo foi construído no passado. Quantas relações são construídas com calma, com pessoas sem a tal impulsividade e intensidade inicial e, no final, se acabam? Quantos namoram e noivam por anos e na hora de juntar as escovas de dentes a coisa desanda? Em quantos casos estava tudo certo até que alguma pessoa muito tentadora entra na história e faz parecer a pessoa ao seu lado é fria, sem graça e pode oferecer tão pouco?

Só existe uma regra para as relações entre um homem e uma mulher: é a de não haver regra. Léo Jaime vai ficar procurando a fórmula do amor até morrer porque ela simplesmente não existe. Conheço um casal que constituiu família e estão juntos há 20 anos, mas se eles se importassem com o que disseram a eles, pois tinham 12 anos quando começaram a namorar (vocês são muito novos!!), essa história não aconteceria. Conheço outro casal, juntos há mais de 30. Quando começaram? Ele 19, e ela, 12. Resultado? Três filhos e uma familia em harmonia. Tem gente que planeja filhos, os tem e... se acaba do mesmo jeito. Tem quem se case pela "obrigação" de ter engravidado e isso acaba durando o resto da vida.

Eu não me importo com regras, com convenções. Acredito em meu coração e confio no coração de quem posso amar. Se é pra um dia não dar certo, por que não aproveitar ao máximo enquanto está dando? Por que tem que se ir com o pé no freio? Por que dosar algo enquanto se tem certeza de que está bem? As incertezas do futuro estarão presentes na minha vida sempre. Eu ouço sempre pra viver o hoje, não projetar nada, deixar acontecer, fluir naturalmente. Ok! Pra mim, fluir naturalmente é deixar amar e se sentir amado. É ter as certezas que tenho hoje e ouvir as certezas de quem amo. Se é pra viver o momento, que seja intenso, que seja com todo amor do mundo, com todas as demonstrações possíveis e imagináveis. Se no campo profissional, onde existe, necessariamente, uma relação fria com algo chamado "dinheiro" a gente só é feliz de verdade quando faz o que ama e, quando isso acontece, nos entregamos com tudo, por que nas relações humanas que mais nos desperta sensações não o faríamos?

Pois é. Se o futuro é incerto, mesmo que seja um futuro bem próximo, então, eu me recuso a viver o agora abrindo mão do que sou. Eu me recuso a desobecer minha essência pelo medo de errar, de ter perdas, de sofrer ou de me arrepender. Sou um apaixonado compulsivo, amo com intensidade. Assim eu sou feliz. Menos que isso, sim, me deixaria pior. Bloquear meus instintos de quem faz de tudo pra viver um grande amor nem é risco de sofrer no futuro, mas certeza de ser infeliz no presente.

"A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer
Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
(Eu vou sobreviver)
O que eu ganho e o que eu perco
Ninguém precisa saber"

Então, que fique claro: estou amando e sendo amado novamente. E, mais uma vez, quero que seja pra sempre. Se não for? Bem, quem está até hoje com a primeira pessoa que amou na vida, que atire a primeira pedra.

terça-feira, 10 de maio de 2011

AUTENTICIDADE PARA ATRAIR

Uma das graças da vida é ela ser surpreendente. Infelizmente, algumas surpresas são desagradáveis mas levando-se em conta que todo mundo passa por isso a vida inteira, pra que se ligar nisso? Importante mesmo é se apoiar nas boas coisas que a vida nos traz.

Tive uma agradável surpresa há alguns dias e me situo para aprender a lidar com ela. Aí, eu me lembro das festas-surpesa de aniversário. A gente entra no recinto, vê que pessoas que te amam estão ali e fizeram algo pra nos agradar. Nos sentimos amados, acolhidos. A euforia toma conta da gente. É o inesperado nos fazendo um bem danado. Cabe a nós curtir ao máximo aqueles momentos, pois a festa, hora o outra, acabará e tudo voltará ao normal até uma próxima surpresa. Estou tentando aproveitar o máximo essa festa e esperando que, da mesma forma que os amigos não nos amam menos fora desse momento especial, dentro dessa pessoa o desejo de estar perto se prolongue.

Mas não dá pra contar com isso, com o "se" de alguém. Precisamos contar com a gente e fazer nossa parte pra que os outros façam a parte deles.A frase que li outro dia e coloquei no meu perfil ("Não viva para que a sua presença seja notada, mas para que a sua falta seja sentida...") fala um pouco sobre agir naturalmente pois com a mesma naturalidade você será importante. Claro, tudo isso com toda honestidade do coração. Agir pra ser notado interfere na nossa maneira de agir, pois o foco passa a ser a pessoa e não nós mesmos. E se o foco não está mais em nós, de que coisas importantes estaremos dispostos a abrir mão pra satisfazer quem está perto de nós? Se tem algo a ser feito, se há defeitos a serem consertados, se atitudes precisam ser revistas, precisamos, em primeiro lugar, fazer isso por nós mesmos, pro nosso próprio bem porque aí sim, teremos satisfação. Com a boa consciência de estar fazendo a coisa certa, faremos com que as pessoas sejam atraídas por nós pelos motivos certos, bem, pelo menos pelos verdadeiros. Isso é justo, verdadeiro e autêntico.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

LAÇOS

"Crie laços com as pessoas que lhe fazem bem, que lhe parecem verdadeiras. Desfaça os nós que lhe prendem àquelas que foram significativas na sua vida mas, infelizmente, por vontade própria, deixaram de ser. Nó aperta, laço enfeita, simples assim."

Caio Fernando Abreu

sábado, 7 de maio de 2011

SERÁ???

Tão Comum

Se você me perguntar
O que é que eu tô fazendo
Eu digo que não sei
Se você me perguntar
O que eu quero do futuro
Eu digo que não sei

Só sei que eu espero que a vida
Me mande algo bom
Só sei que eu não quero cantar
Minha trilha fora do tom

Tão comum
Se arriscar sem saber 100% se é bom
Tão comum
Sonhar mais alto do que se pode crer
Tão comum
Errar ao conjugar o verbo "querer"
Tão comum
Errar, errar, errar de novo

Se a consciência me chamar
Disser que eu não posso
Eu digo que não sei
Assumo os meus desejos
Tento saciar a sede
Daquilo que nem sei

Só sei que eu espero que a vida
Me mande algo bom
Só sei que eu não quero cantar
Minha trilha fora do tom

Tão comum
Se arriscar sem saber 100% se é bom
Tão comum
Sonhar mais alto do que se pode crer
Tão comum
Errar ao conjugar o verbo "querer"
Tão comum
Errar, errar, errar de novo

Tantas perguntas a responder
O que é certo, o que é bom
E o que é real
Antes de dar resposta
É preciso aprender a perguntar

Tão comum
Se arriscar sem saber 100% se é bom
Tão comum
Sonhar mais alto do que se pode crer
Tão comum
Errar ao conjugar o verbo "querer"
Tão comum
Errar, errar e errar de novo

TEMPO PERDIDO

"Todos os dias, quando acordo
Não tenho mais o tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo tempo do mundo
Todos os dias, antes de dormir
Lembro e esqueço como foi o dia
Sempre em frente, não temos tempo a perder"

Vendo o álbum de um amigo no Facebook, de fotos antigas, percebi que não estou em quase nenhuma foto. Lembrei-me de algo que meu amigo voltou a falar essa semana, sobre a banda Falciforme, na qual estive ausente nos seus tempos áureos. Percebi o quanto fui inerte por anos, me afastando de alguns dos meus grandes amigos. Eu me deixei levar pelas circunstâncias da vida. É certo que fiz outros amigos, mas sinto falta dos antigos  e vejo que perdi tanto tempo longe deles. Também fiquei longe não da música, mas da banda, dos shows, do calor do público.

É tão ruim olhar pra trás e perceber que existe um espaço mal preenchido, que houve um estado de latência. [nota: estado de latência é o período em que algumas árvores permanecem secos, sem folhas, parecem mortas].  Mas ficar parado é que não resolve nada. Mesmo o "todo tempo do mundo" sendo uma incógnita, é preciso planejá-lo e deixar os amigos dentro desse planejamento. Os novos e os antigos. Eles valorizam cada momento de nossas vidas, tornam uma beira de calçada, um banco de ônibus ou uma mesa na praça de alimentação lugares especiais quando sentamos pra desabafar algo, pra rir da cara dos outros ou fazer juntos um trabalho de faculdade.

Por isso, hoje eu quero mais é estar perto deles sempre que posso. Não importa se estão em Campo Grande, em Teresópolis ou em Minas. Eu vou ver as pessoas e faço isso porque valem a pena. Não preciso de pretextos para estar junto com pessoas que considero especiais, pois elas mesmas são a minha motivação.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

DEPOIS DA TEMPESTADE...

Passados uns dias e alguns intempéries, cá estou eu novinho em folha. Tudo refeito. O coração eu não blindei. Jamais conseguiria isso, eu acho. As decepções são externas e alheias a ele. "´Não vou me deixar embrutecer, eu acredito nos meus ideais. Podem até maltratar meu coração que meu espírito ninguém vai conseguir quebrar." Percebi que ninguém pode ser decepcionante o suficiente pra fazer com que eu mude minha essência. ninguém merece tamanho sacrifício. A mente esteve sempre no lugar e quando tendeu ao desequilíbrio, as pessoas essenciais a minha vida apareceram pra me aprumar novamente.

Vida que segue e lições aprendidas. Percebi que existem duas maneiras de ver se acertamos ou não. A mais evidente é depois do tempo passado, do resultado obtido. Por esse lado, fiz a escolha errada, ou as escolhas erradas. Vendo os últimos meses, vejo que tudo foi um erro, mesmo eu tendo feito coisas que jamais imaginaria fazer. O saldo foi ruim, perdi mais que ganhei. No final, foi um prejuízo danado, e não falo de dinheiro. Mas prejuízo a gente corre atrás e o tempo amortiza se a gente souber administrar. Estou eu aqui com as finanças internas novamente em dia, mas aprendi a não fazer extravagâncias com o coração. É preciso saber em que aplicar.

A outra forma de saber se acertamos é vendo a nossa conduta e nisso eu estou convicto que não errei. Fui intenso, segui meu coração, fui honesto nas palavras, atitudes e sentimentos. Fui fiel aos sentimentos, amei publicamente, fui paciente, compreensivo e extremamente tolerante. Fiz além do que podia pra demonstrar o que tinha dentro de mim. Fiz minha parte, não deixei a desejar como homem, tive hombridade. Mas de todas essas palavras, posso resumir dizendo que fui honesto comigo e com as pessoas envolvidas em tudo que se passou comigo nos últimos meses.

Ninguém é suficientemente ruim pra fazer com que eu deixe de acreditar a felicidade a dois. Quando esse coração, mesmo cansado e sofrido, encontrar alguém, disposta a receber algo verdadeiro, eu vou derramar toda a intensidade que tenho, como sempre foi. Minha mente vai ajudar esse coração que é impulsivo o suficiente pra se ferir em todas as vezes. Aprendi a usar uma boa dose de razão para protegê-lo em vez de limitá-lo em absoluto. Tenho certeza que, seguindo honesto nos sentimentos, haverá quem se disponha a, verdadeiramente, também se dispor ao mesmo.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

QUERO PROTEGER MEU CORAÇÃO

Cansei um pouco de ser bonzinho. Pode ser um passageiro sentimento de dupla frustração, de perda, de inutilidade. Mas meu jeito de ser tem me mostrado o quanto não se vale  a pena ser romântico, carinhoso, ter caráter, cuidar da mulher, ser um bom homem, querer um futuro, respeitar, tentar entender, ter paciência...

Minhas experiências estão mostrando que as mulheres devem ser loucas. Criam expectativas a meu respeito, dizem que sou isso, que sou aquilo... até pre príncipe fui tratado, olha? Mostram todo o interesse e...? E mais nada. Na hora de escolher, como eu disse, ou são loucas a ponto de contradizerem suas próprias expectativas a respeito de um homem, cujo perfil eu procuro me encaixar, ou são burras mesmo. Porque só a loucura ou a burrice fariam uma pessoa não apostar em algo que tem tudo pra dar certo ou, pelo menos, começar bem. É o que eu procuro fazer: mostrar que vale a pena, que eu estou ali pleno, pronto pra fazer alguém feliz. Mas acho que as mulhres não querem ser felizes. Ou então eu tô entendendo a felicidade feminina com um homem de outra maneira.

Se bem que, pensando de outra maneira, tem gosto pra tudo. Tem mulher que gosta de cara cafageste, tem quem goste de apanhar, tem quem viva anos com alguém em meio a brigas e parecendo ser um inferno. Eu acredito em outra coisa pra uma vida a dois. Achar quem acredite no mesmo talvez nem seja difícil. Difícil mesmo é que atitudes combinem com palavras. "Cris, você é perfil de homem que eu sonhei e esperei por minha vida inteira". "Será que ele gostou de mim? O que ele achou?" Ouvi isso recentemente pra mim e sobre mim. Olha eu aqui como estou... Cansado de tomar porrada da vida e de ter o coração machucado mais uma vez. O coração sangra, o orgulho está ferido, mente e coração cansados.

Eu me conheço e sei que não vou conseguir blindar meu coração, embora queira muito isso. Só me pergunto: quando vou encontrar uma mulher disposta a cuidar do meu coração assim como eu me disponho a cuidar do dela?

domingo, 24 de abril de 2011

Ó, MINAS GERAIS

Foram meses até que isso acontecesse de verdade. Agora, estou eu aqui no meu último dia em Ouro Branco. Ah, e descobri tantas coisas aqui...

Descobri que minha Amiga, assim mesmo, com "A" maiúsculo, é mais amiga e mais irmã do que eu imaginava. Temos mais coisas parecidas do que a distância já vislumbrava. Percebi o quanto vale a pena ter amigos de verdade e que isso não pressupõe proximidade física, nem anos e anos de convivência. A amizade é algo surpreendente e gratificante quando duas pessoas sabem exatamente o significado do que é isso. Fico feliz de ter descoberto um pouco mais de importância que Pat tem pra mim e o quanto ela mostrou o quanto sou importante pra ela. Quatro dias que selaram algo que já estava sendo construído há algum tempo. Pat, minha amiga, preencheu definitivamente uma parte nobre do meu coração.

Mas seria injusto eu falar de Ouro Branco assim, mencionando só a Pat. Fui muito bem recebido por Horácio, Isadora e Hendrik, o filho alemão. Todos me fizeram sentir muito à vontade desde o primeiro momento, como se eu fosse da família mesmo. Além disso, o povo mineiro é muito acolhedor. Nos lugares que frequentei me senti abraçado ou percebi todo o calor humano, sem querer ser cliché, que esse povo é capaz. é bom chegar a um lugar e sentir amado. Não tem como não dizer que a vontade é de ficar.

Impossível deixar de citar o ponto alto dessa viagem, onde Pat, Leca, Amanda e eu nos encontramos. Todos unidos pelas DII's. Todas maravilhosas. Posso falar, em especial, da Leca. Sempre sorrindo, esbanjando bom humor. Aliás, foi mais uma pessoa que eu esperei um bom tempo pra conhecer pessoalmente e a espera compensou.

Acabei fazendo um texto bem comum como quem está iniciando a arte de escrever, mas sendo o mais espontâneo possível. Acho que nem consegui expressar direito todo o turbilhão de bons sentimentos que se passa aqui dentro, mas ao menos deixei isso claro pessoalmente.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

PERDEU, PLAYGIRL!!

Ah, quer saber? Olha pra mim: bonito, talentoso, inteligente, carinhoso, romântico. Sou simpático, gosto de fazer as mulheres rirem, de cuidar de quem eu amo. Então, junte isso sem se esquecer dos meus muitos defeitos, e pense em tudo isso despejado em uma única mulher. E o que ela faz? Nada. Simplesmente desperdiça isso. Aí, eu pergunto: quem perde com isso?

Sabe, acho impressionante algumas pessoas que preferem pagar o preço da infelicidade a arriscar um final feliz. Fiquei pensando se fiz tudo errado ou se não valho a pena. Ouvi que não foi nada disso. Mandei anotar, escrever, documentar. Não hoje, mas no futuro, vai se arrepender da escolha que fez. Nessa hora, provavelmente estarei feliz ao lado de alguém que possa me dar o devido valor. Não terei esse arrependimento como troféu, não. Mas ter essa certeza só me leva à outra: a que cada um tem o que merece. Sendo assim, deixa eu folgar aqui e deixar o tempo passar. Deixa eu continuar sendo quem sou. Aliás, deixa eu aqui me esforçando pra melhorar e aprendendo com experiências como essa. Logo alguém me merecerá e eu farei por merecer o amor de alguém. No fim, ela e eu teremos a recompensa do que buscamos.

Tudo isso não é questão de soberba minha, não. Longe disso. Mas sei que os valores que carrego são importantes. O que sou não é por fazer nem proposital. É minha essência amar, me dedicar e não me arrependo porque, mesmo tendo errado na escolha, eu agi certo e isso independe do que me dão de volta.

Não vou desistir do amor. Apesar dos infortúitos, ele me preenche e me faz ser o homem que sou. Em muitos anos só sofri por causa dele, mas há de ter a hora em que alguém como eu vai aparecer. Quando isso acontecer, eu vou rir do meu passado.

"Do meu passado você fez pouco caso
Mas só pra você saber: me diverti um bocado
Com você por perto, eu gostava mais de mim"

terça-feira, 19 de abril de 2011

LONGE DO MEU LADO

Se a paixão fosse realmente um bálsamo
O mundo não pareceria tão equivocado
Te dou carinho, respeito e um afago
Mas entenda, eu não estou apaixonado

A paixão já passou em minha vida
Foi até bom mas ao final deu tudo errado
E agora carrego em mim
Uma dor triste, um coração cicatrizado

E olha que tentei o meu caminho
Mas tudo agora é coisa do passado
Quero respeito e sempre ter alguém
Que me entenda e sempre fique ao meu lado
Mas não, não quero estar apaixonado.

A paixão quer sangue e corações arruinados
E saudade é só mágoa por ter sido
Feito tanto estrago
E essa escravidão e essa dor 
Não quero mais

Quando acreditei que tudo era um fato consumado
Veio a foice e jogou-te longe
Longe do meu lado

Não estou mais pronto para lágrimas
Podemos ficar juntos 
E vivermos o futuro, não o passado
Veja o nosso mundo

Eu também sei que dizem
Que não existe amor errado
Mas entenda, não quero estar apaixonado.