Procurador de coisas

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

DANILO GENTILI

ESSA EU TIVE QUE COPIAR DO FACEBOOK PRA CÁ

Eis o perigo de mexer com pessoas inteligentes....



O humorista Danilo Gentili postou a seguinte piada no seu twitter:

"King Kong, um macaco que, depois que vai para a cidade e fica famoso, pega uma loira. Quem ele acha que é? Jogador de futebol?"

A ONG Afrobras se posicionou contra: "Nos próximos dias devemos fazer uma carta de repúdio. Estamos avaliando ainda uma representação criminal", diz José Vicente, presidente da ONG. "Isso foi indevido, inoportuno, de mau gosto e desrespeitoso. Desrespeitou todos os negros brasileiros e também a democracia. Democracia é você agir com responsabilidade" , avalia Vicente.

Alguns minutos após escrever seu primeiro "twitter" sobre King Kong, Gentili tentou se justificar no microblog:

"Alguém pode me dar uma explicação razoável por que posso chamar gay de veado, gordo de baleia, branco de lagartixa, mas nunca um negro de macaco?" (GENIAL) "Na piada do King Kong, não disse a cor do jogador. Disse que a loira saiu com o cara porque é famoso. A cabeça de vocês é que têm preconceito."

Mas, calma! Essa não foi a tal resposta genial que está no título, e sim ESTA:

"Se você me disser que é da raça negra, preciso dizer que você também é racista, pois, assim como os criadores de cachorros, acredita que somos separados por raças. E se acredita nisso vai ter que confessar que uma raça é melhor ou pior que a outra, pois, se todas as raças são iguais, então a divisão por raça é estúpida e desnecessária. Pra que perder tempo separando algo se no fundo dá tudo no mesmo?

Quem propagou a ideia que "negro" é uma raça foram os escravagistas. Eles usaram isso como desculpa para vender os pretos como escravos: "Podemos tratá-los como animais, afinal eles são de uma outra raça que não é a nossa. Eles são da raça negra".

Então quando vejo um cara dizendo que tem orgulho de ser da raça negra, eu juro que nem me passa pela cabeça chamá-lo de macaco, MAS SIM DE BURRO.

Falando em burro, cresci ouvindo que eu sou uma girafa. E também cresci chamando um dos meus melhores amigos de elefante. Já ouvi muita gente chamar loira caucasiana de burra, gay de v***** e ruivo de salsicha, que nada mais é do que ser chamado de restos de porco e boi misturados.

Mas se alguém chama um preto de macaco é crucificado. E isso pra mim não faz sentido. Qual o preconceito com o macaco? Imagina no zoológico como o macaco não deve se sentir triste quando ouve os outros animais comentando:

- O macaco é o pior de todos. Quando um humano se xinga de burro ou elefante dão risada. Mas quando xingam de macaco vão presos. Ser macaco é uma coisa terrível. Graças a Deus não somos macacos.

Prefiro ser chamado de macaco a ser chamado de girafa. Peça a um cientista que faça um teste de Q.I. com uma girafa e com um macaco. Veja quem tira a maior nota.

Quando queremos muito ofender e atacar alguém, por motivos desconhecidos, não xingamos diretamente a pessoa, e sim a mãe dela. Posso afirmar aqui então que Darwin foi o maior racista da história por dizer que eu vim do macaco?

Mas o que quero dizer é que na verdade não sei qual o problema em chamar um preto de preto. Esse é o nome da cor não é? Eu sou um ser humano da cor branca. O japonês da cor amarela. O índio da cor vermelha. O africano da cor preta. Se querem igualdade deveriam assumir o termo "preto" pois esse é o nome da cor. Não fica destoante isso: "Branco, Amarelo, Vermelho, Negro"?. O Darth Vader pra mim é negro. Mas o Bill Cosby, Richard Pryor e Eddie Murphy que inspiram meu trabalho, não. Mas se gostam tanto assim do termo negro, ok, eu uso, não vejo problemas. No fim das contas, é só uma palavra. E embora o dicionário seja um dos livros mais vendidos do mundo, penso que palavras não definem muitas coisas e sim atitudes.

Digo isso porque a patrulha do politicamente correto é tão imbecil e superficial que tenho absoluta certeza que serei censurado se um dia escutarem eu dizer: "E aí seu PRETO, senta aqui e toma uma comigo!". Porém, se eu usar o tom correto e a postura certa ao dizer "Desculpe meu querido, mas já que é um afrodescendente, é melhor evitar sentar aqui. Mas eu arrumo uma outra mesa muito mais bonita pra você!" Sei que receberei elogios dessas mesmas pessoas; afinal eu usei os termos politicamente corretos e não a palavra "preto" ou "macaco", que são palavras tão horríveis.

Os politicamente corretos acham que são como o Superman, o cara dotado de dons superiores, que vai defender os fracos, oprimidos e impotentes. E acredite: isso é racismo, pois transmite a ideia de superioridade que essas pessoas sentem de si em relação aos seus "defendidos"

Agora peço que não sejam racistas comigo, por favor. Não é só porque eu sou branco que eu escravizei um preto. Eu juro que nunca fiz nada parecido com isso, nem mesmo em pensamento. Não tenham esse preconceito comigo. Na verdade, SOU ÍTALO-DESCENDENTE. ITALIANOS NÃO ESCRAVIZARAM AFRICANOS NO BRASIL. VIERAM PRA CÁ E, ASSIM COMO OS PRETOS, TRABALHARAM NA LAVOURA. A DIFERENÇA É QUE ESCRAVA ISAURA FEZ MAIS SUCESSO QUE TERRA NOSTRA.

Ok. O que acabei de dizer foi uma piada de mau gosto porque eu não disse nela como os pretos sofreram mais que os italianos. Ok. Eu sei que os negros sofreram mais que qualquer raça no Brasil. Foram chicoteados. Torturados. Foi algo tão desumano que só um ser humano seria capaz de fazer igual. Brancos caçaram negros como animais. Mas também os compraram de outros negros. Sim. Ser dono de escravo nunca foi privilégio caucasiano, e sim da sociedade dominante. Na África, uma tribo vencedora escravizava a outra e as vendia para os brancos sujos.

Lembra que eu disse que era ítalo-descendente? Então. Os italianos podem nunca ter escravizados os pretos, mas os romanos escravizaram os judeus. E eles já se vingaram de mim com juros e correção monetária, pois já fui escravo durante anos de um carnê das Casas Bahia.

Se é engraçado piada de gay e gordo, por que não é a de preto? Porque foram escravos no passado hoje são café com leite no mundo do humor? É isso? Eu posso fazer a piada com gay só porque seus ancestrais nunca foram escravos? Pense bem, talvez o gay na infância também tenha sofrido abusos de alguém mais velho com o chicote.

Se você acha que vai impor respeito me obrigando a usar o termo "negro" ou "afrodescendente" , tudo bem, eu posso fazer isso só pra agradar. Na minha cabeça, você será apenas preto e eu, branco, da mesma raça - a raça humana. E você nunca me verá por aí com uma camiseta escrita "100% humano", pois não tenho orgulho nenhum de ser dessa raça que discute coisas idiotas de uma forma superficial e discrimina o próprio irmão."

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

DISCRIMINAÇÃO, SIM!!!

Antes que as pedras e paus voem em minha direção, não é o que se pensa, em princípio. Qualquer discriminação, segregação ou tratamento inadequado a alguém por nacionalidade, naturalidade, cor, raça, religião ou qualquer fator inato ou adquirido que não cause problemas ao próximo  deve ser repudiado e punido severamente. E nem falo só da lei, não. Punido pelo grupo em que vive também.

Mas eu sou, sim, a favor do preconceito com gente que faz as coisas por opção. E isso vale pra qualquer coisa. Hoje mesmo, estava eu curtindo um ar gelado no ônibus, tentando prolongar o meu sono. Sabe, é pra isso que acordo mais cedo: ônibus vazio, trânsito mais livre e descanso o que não consigo descansar na cama. Aí, vem um sujeito e para em pé do meu lado com o celular ligado, ouvindo música (pra piorar, pagode) sem os malditos fones de ouvido. Ninguém tem culpa de ser preto, branco ou amarelo. Ninguém tem culpa de ser nordestino, gaúcho ou paulista. Ninguém tem culpa de ser crente ou católico. Tratar alguém mal por isso é ridículo. Agora, ser mal educado é opção. Faltar com o respeito do espaço alheio é ser ignorante, no sentindo mais literal da palavra, que realmente ignora o mundo momentâneo que o cerca. Outro dia, nessa mesma linha, o ar condicionado não dava vazão, principalmente pra quem estava sentado. Aí, sem perguntar nada, o sujeito vem e abre a janela, fazendo entrar um bafo quente dos infernos ônibus a dentro. O pouco ar fresco que tinha no ônibus foi pro espaço. Se quer vento, pegue um ônibus de passagem modal, sem ar!

Outro exemplo clássico é o vizinho que coloca o som no último volume. Sabe, uma festa que se dê, beleza. Existem leis que regulamentam horário e tudo, mas tem gente que qualquer coisa é motivo pra irritar, te fazendo ouvir uma música que você não quer. A mulher vai dar faxina na casa, música alta. O cara vai lavar o carro, musica alta. Você, em casa, não consegue dormir, não consegue ouvir sua TV e nem a música que gostaria.

Não quero saber. Esses eu segrego mesmo, trato com indiferença e de cima pra baixo. Discrimino gente que é chata por opção, por deselegância, por pura falta de educação e consideração mínima pelo desprezível ser que está por perto. Coincidência ou não, o sujeito de hoje ouvia pagode. Um dia, quem sabe, vão entender que, embora aqui seja o Brasil, embora estejamos no Rio, nem todo mundo gosta de pagode e quem gosta nem sempre quer ouvir pagode. Eu adoro rock, adoro Legião, mas não coloca isso pra eu ouvir quando quero dormir e não coloque porque as pessoas em volta não querem ouvir também. Isso independe do meu gosto, tem a ver com respeito, só isso.

Aliás (e no meu caso, menos mal), até agora só ouvi funk, pagode e gospel nesses malditos celulares. Funkeiros e pagodeiros acham que o mundo ama o que eles ouvem. Crentes, não sei. Como sou um e não ajo assim, penso que eles devem achar que vão evangelizar, passar uma mensagem de amor fazendo alguém ouvir algo que não quer. Outro dia quase reclamei com uma mulher que ouvia David Quinlan. É bom? É. Eu gosto? Gosto... mas não ali, pau da vida com o calor e trânsito da Av, Brasil. Entendam que esse tipo de coisa causa efeito contrário. Por acaso o que passa pela cabeça das pessoas quando querem ouvir um trecho importante da novela ou do filme e, justo naquela hora, passa o carro de som anunciando sacolão, ainda com "ai se eu te pego" ou "entra na minha casa". Primeiro, eu passo a colocar esse sacolão como última opção de compra. Segundo, a música que toca gera mais desprezo ainda.

Então, se você ouve música em ambientes públicos, se você fura filas, tenta ser malandro, se acha que pode passar os outros pra trás, se engana ao passar um orçamento, se fica na aba dos outros, se aparece em momentos inconvenientes e não se manca, se fica empatando os outros, se faz das pessoas trampolins, se é mala... desculpe, essas coisas são feitas por opção e eu vou te discriminar sempre. Mais ainda, vou falar mal de você pros outros. Mal, não. A verdade. Faço questão de queimar seu filme, de te expor ao ridículo, de te segregar, ignorar e te considerar inferior. Lamento, mas se não sabes os limites, não conheces direitos e respeito, certamente você não merece respeito. Até porque, não deve fazer diferença mesmo. Você não sabe o que é isso de verdade.