Procurador de coisas

sábado, 7 de maio de 2011

TEMPO PERDIDO

"Todos os dias, quando acordo
Não tenho mais o tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo tempo do mundo
Todos os dias, antes de dormir
Lembro e esqueço como foi o dia
Sempre em frente, não temos tempo a perder"

Vendo o álbum de um amigo no Facebook, de fotos antigas, percebi que não estou em quase nenhuma foto. Lembrei-me de algo que meu amigo voltou a falar essa semana, sobre a banda Falciforme, na qual estive ausente nos seus tempos áureos. Percebi o quanto fui inerte por anos, me afastando de alguns dos meus grandes amigos. Eu me deixei levar pelas circunstâncias da vida. É certo que fiz outros amigos, mas sinto falta dos antigos  e vejo que perdi tanto tempo longe deles. Também fiquei longe não da música, mas da banda, dos shows, do calor do público.

É tão ruim olhar pra trás e perceber que existe um espaço mal preenchido, que houve um estado de latência. [nota: estado de latência é o período em que algumas árvores permanecem secos, sem folhas, parecem mortas].  Mas ficar parado é que não resolve nada. Mesmo o "todo tempo do mundo" sendo uma incógnita, é preciso planejá-lo e deixar os amigos dentro desse planejamento. Os novos e os antigos. Eles valorizam cada momento de nossas vidas, tornam uma beira de calçada, um banco de ônibus ou uma mesa na praça de alimentação lugares especiais quando sentamos pra desabafar algo, pra rir da cara dos outros ou fazer juntos um trabalho de faculdade.

Por isso, hoje eu quero mais é estar perto deles sempre que posso. Não importa se estão em Campo Grande, em Teresópolis ou em Minas. Eu vou ver as pessoas e faço isso porque valem a pena. Não preciso de pretextos para estar junto com pessoas que considero especiais, pois elas mesmas são a minha motivação.

2 comentários:

  1. Cara, não há como se voltar no tempo, mas certamente temos como tentar construir isso novamente, de maneira diferente e mais madura.

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  2. Pois é, rapaz! Engraçado essa coisa de preenchimento de lacunas, tempos que acabam tornando-se difíceis revivê-los em função de outras circunstâncias etc. À medida que ele avança, tenho sempre a sensação de incompletude. Isso sem falar da impressão de elasticidade, como se ele pudesse ser flexível conforme vão surgindo novas atribuições, responsabilidades (uma vez me disseram que ele sempre joga contra e que a contagem é inexoravelmente regressiva). O que eu aprendo é que devemos deixá-lo sossegadinho, no canto dele. Ora parece uma criança mimada — que quanto mais você se dedica em repreendê-la, mais ela resolve contrariar —, ora se mostra como um velho ranzinza e experiente. Melhor dizendo e citando Lewis Carrol, em Alice No País das Maravilhas: “O tempo não suporta ser marcado como se fosse gado”. Essa volta toda pra dizer, meu caro, que não precisa se lamentar tanto. Ele está por aí, em aberto. Mas é só lembrar que a contagem é mesmo sempre regressiva.

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Fala você que eu tô cansado...