Procurador de coisas

terça-feira, 17 de maio de 2011

ATIRE A PRIMEIRA PEDRA

Tenho 35 anos. Desde os meus 17, quando tive minha primeira paixão fuminante, me entrego intensamente a ter todas as boas sensações de quem ama. Antes, eu fazia sem calcular os riscos, sem avaliar as possibilidades ruins. Era um voo às cegas, era jogar-se do abismo sem sequer ver a profundidade do perigo. Hoje, eu sei que tudo pode dar errado. Também recebo avisos de todos os lados, os sentinelas que me acompanham estão dando sinais de que pode haver perigo, que uma história ruim pode se repetir. E eu me perguntei: e daí?

Ir com calma para uma nova relação não garante nada no futuro. Uma decepção lá na frente pode acontecer independente de como tudo foi construído no passado. Quantas relações são construídas com calma, com pessoas sem a tal impulsividade e intensidade inicial e, no final, se acabam? Quantos namoram e noivam por anos e na hora de juntar as escovas de dentes a coisa desanda? Em quantos casos estava tudo certo até que alguma pessoa muito tentadora entra na história e faz parecer a pessoa ao seu lado é fria, sem graça e pode oferecer tão pouco?

Só existe uma regra para as relações entre um homem e uma mulher: é a de não haver regra. Léo Jaime vai ficar procurando a fórmula do amor até morrer porque ela simplesmente não existe. Conheço um casal que constituiu família e estão juntos há 20 anos, mas se eles se importassem com o que disseram a eles, pois tinham 12 anos quando começaram a namorar (vocês são muito novos!!), essa história não aconteceria. Conheço outro casal, juntos há mais de 30. Quando começaram? Ele 19, e ela, 12. Resultado? Três filhos e uma familia em harmonia. Tem gente que planeja filhos, os tem e... se acaba do mesmo jeito. Tem quem se case pela "obrigação" de ter engravidado e isso acaba durando o resto da vida.

Eu não me importo com regras, com convenções. Acredito em meu coração e confio no coração de quem posso amar. Se é pra um dia não dar certo, por que não aproveitar ao máximo enquanto está dando? Por que tem que se ir com o pé no freio? Por que dosar algo enquanto se tem certeza de que está bem? As incertezas do futuro estarão presentes na minha vida sempre. Eu ouço sempre pra viver o hoje, não projetar nada, deixar acontecer, fluir naturalmente. Ok! Pra mim, fluir naturalmente é deixar amar e se sentir amado. É ter as certezas que tenho hoje e ouvir as certezas de quem amo. Se é pra viver o momento, que seja intenso, que seja com todo amor do mundo, com todas as demonstrações possíveis e imagináveis. Se no campo profissional, onde existe, necessariamente, uma relação fria com algo chamado "dinheiro" a gente só é feliz de verdade quando faz o que ama e, quando isso acontece, nos entregamos com tudo, por que nas relações humanas que mais nos desperta sensações não o faríamos?

Pois é. Se o futuro é incerto, mesmo que seja um futuro bem próximo, então, eu me recuso a viver o agora abrindo mão do que sou. Eu me recuso a desobecer minha essência pelo medo de errar, de ter perdas, de sofrer ou de me arrepender. Sou um apaixonado compulsivo, amo com intensidade. Assim eu sou feliz. Menos que isso, sim, me deixaria pior. Bloquear meus instintos de quem faz de tudo pra viver um grande amor nem é risco de sofrer no futuro, mas certeza de ser infeliz no presente.

"A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer
Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
(Eu vou sobreviver)
O que eu ganho e o que eu perco
Ninguém precisa saber"

Então, que fique claro: estou amando e sendo amado novamente. E, mais uma vez, quero que seja pra sempre. Se não for? Bem, quem está até hoje com a primeira pessoa que amou na vida, que atire a primeira pedra.

Um comentário:

Fala você que eu tô cansado...