Procurador de coisas

domingo, 17 de julho de 2011

MAL NECESSÁRIO... E INÚTIL...

Mais de três semanas sangrando e qual seria o plano? Mais uma vez, com muito esforço, me levantar cedo após uma noite mal dormida e tentar ir trabalhar. Levar isso torcendo, durante a semana, que o remédio faça efeito enquanto "me recupero" no trabalho. Isso evitaria muitas coisas: eu não entraria pelo INSS, não ficara dois meses sem salário e não sofreria com a recuperação hospitalar. 

Funciona assim: a prednisona, que serve para conter o sangramento, não faz efeito via oral em algumas vezes. Então, o indicado é a internação para a administração por via venosa. Um problema: meu médico não atende no hospital onde me interno. Além disso, ele está viajando. O que acontece? Dou entrada na emergência onde um clínico geral ouve meus relatos enquanto pede exames de sangue. No resultado, eu já sei: taxa de leucócitos alta e proteína C reativa alterada, apontando um quadro inflamatório. Nada que eu não saiba, afinal, já aconteceu sete vezes. Então, até aparecer um gastro no plantão (não tem) ou na enfermaria (nunca aparece), um tratamento seguindo cartilha acontece: antibióticos.

Mais um problema: depois de tantas vezes internado, cadê veia que resista à aplicação dos medicamentos? Não tem. Quando se encontra, são várias tentativas até se achar. Multiplique isso pelos dias de internação, uma comida que não consigo comer, noites que não consigo dormir, fora o simples fato de se estar em um hospital... Lá fora, a vida continua, as contas seguem para serem pagas. Tudo isso para uma doença onde o equilíbrio emocional afeta diretamente a recuperação causa o efeito contrário que deveria fazer. Aí, meus amigos dizem que "é o melhor pra mim, apesar do sofrimento". Pra quem já passou por várias estadias lá, digo que não. Nas duas últimas internações, saí meio que pedindo pra isso, até omitindo um quadro ruim. Loucura? Dois dias depois a melhora em casa foi maravilhosa.

Paro um pouco aqui e penso em todos os tormentos de uma, mais uma internação. Como sei que não será feito o tratamento adequado desde o começo, isso será inútil. Pior que é necessário. Meus prazos de abono pela empresa já se esgotaram e agora, com meu médico só voltando no mês que vem, dependo completamente do hospital para a emissão de um laudo para eu dar entrada no auxílio doença, pelo INSS, coisa que só vai acontecer depois que eu sair de lá. Ah sim: antibiótico significa uma quantidade mínima de dias para tratamento: sete ou dez. Depois, vai-se repetindo os prazos.

Não dá nem muito pra mentir porque os exames de sangue são feitos a cada dois dias e lá aparece o quadro que estou.

Um esforço a mais para ir trabalhar num estado em que até ficando em casa está punk é algo arriscado. Além de passar mal na rua, posso agravar o estado clínico e ter mais demora para reverter o quadro mais tarde. Escolher o hospital parece fácil, por ser uma escolha óbvia, por causa das opções que se apresentam pra mim. Todo sofrimento que tive nos últimos episódios hospitalares causam uma força contrária ao caminho da enfermaria.

Já acertei de receber meus contrabandos: torradas, sucos, geleia de mocotó, biscoitos. Sem isso, é impossível matar a fome por lá. 

Embora tudo isso, deve ser o caminho a ser trilhado por mim. Estarei munido de um netbook, mas não tenho mais um modem. Não sei se o hospital disponibiliza uma rede wireless, mas a gente dá um jeito de usar o celular como modem, embora isso seja irritantemente lento.

Fazer o que? Pelo menos apoio não vai faltar.

Um comentário:

  1. Confiança e mais força, amigo! Tudo dará certo! Onde você ficará internado? Vou lá te visitar!!! Beijão!

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Fala você que eu tô cansado...