Procurador de coisas

domingo, 19 de dezembro de 2010

Sábias palavras de Luxemburgo

Não que ele seja um poeta, mas Vanderlei Luxemburgo acertou em cheio uma vez, quando disse que o medo de perder tira a vontade de ganhar. E não é que na vida tem sido assim? Pelo menos comigo.

Passei muitos anos da minha vida me escondendo atrás do inesperado. Sempre pensando nas possibilidades, racionalizando. Ué! É óbvio que se usarmos a tal estatística, chegaremos à conclusão de que sempre tem a possibilidade de dar errado. O realismo é importante e eu o tenho aqui como armadura. Mas essa carapaça pode atrapalhar a vida da gente. Imagine ganhar na Mega sena. Pena que as chances são de 1:50.063.860. Muito? Que tal, então, pensar na possibilidade de 50% de chance? E não é? Ou você ganha, ou você não ganha! Pura matemática. Óbvio que essa matemática não se aplica se você for o Rubinho Barrichelo...

Mas como eu dizia, foram muitos anos justificando a inércia pelo medo. Os amores se perdem, as oportunidades passam, os empregos se mantém... E a gente passa aquela vidinha apoiados no cotidiano quase que o usando como muleta. Nada de novo. As motivações são terrivelmente sufocadas pelo risco de algo sair errado. Vai que...?

Agir assim é quase como fumar. Eu não fumo, mas aposto que quem fuma sente prazer (não existe outra explicação) e esse prazer vai matando, vai matando... É, mas tem gente que vive 80 anos fumando. Tanto pior! Imagine a qualidade de vida do infeliz sendo péssima durando tanto tempo. Pois é. Agir assim é como fumar mesmo. Num determinado ponto, a gente olha pra trás e sente a dor pior do arrependimento. Um lastro de consequências ficou pelo caminho e isso pode desanimar ainda mais. Terrível é olhar pra trás e perceber que o tempo passou e que o prazer de não mover uma palha pelo que se não tem hoje não compensou. Isso poderia ser pior se esse passado ainda governasse o nosso presente.

Quando se chega a um ponto de análise, pode-se ter duas atitudes. Desânimo total e achar que é tarde demais, ou... ser bem clichê e dizer que nunca é tarde pra recomeçar. Pelo menos não tarde demais. Tô eu aqui com quase 35. Pouco me esforcei pra ser o que gostaria. Tive medo de dar errado, medo de não me sustentar, medo de perder pessoas, medo de um futuro incerto. Sabe o que tem que ser o fiel da balança? A felicidade. Encontrei esse tal fiel e deixo ele lá pra cada situação. Eu posso até chegar aos 80 sem ser feliz, mas hoje eu posso garantir que não foi por medo de tentar.

Um comentário:

  1. "Vivemos infelizes por termos medo de mudanças, de ver nossa vida acabar em ruínas. Ruínas são um presente. São o caminho para transformação" (Comer, Rezar, Amar)

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Fala você que eu tô cansado...