Procurador de coisas

quinta-feira, 31 de março de 2011

O RETORNO DO CAVALEIRO


Pra entender esse post, acesse http://planetadocris.blogspot.com/2011/01/ghost-desse-lado-da-vida.html

Os fantasmas que outrora me amedrontavam de dissiparam. Partiram em retirada após o uso de uma poção mágica, mas não secreta. Tento seguir em frente com toda a calma do mundo, mas novos fantasmas surgem buscando tragar-me para o mais profundo e escuro profundo abismo. Não permito que a queda seja livre. Agarro-me às velhas raízes que sobressaem na parede do penhasco. Não morrerei, mas minhas mãos estão feridas, meus punhos, doloridos e o corpo luta para se demorar para encontrar o chão.

Mas é inevitável. A queda, mesmo que amparada com o preço da dor, acontece. Estou ao chão e cercado de muros da mais maciça pedra, sem fendas, sem brechas e nada que me faça voltar. Na ânsia, no medo e no desespero do que fazer, surge ao alto algo tão luminoso que os olhos se apressam em desviar. Eis que num mergulho quase indefensável, surge novamente o dragão. Ah, dragão, você adormeceu por pouco tempo, mas recuperaste as energias que estavam guardadas para os momentos adequados. Agora vamos ver como você se sai de verdade.

Eu tomo a iniciativa. Busco enfrentá-lo, provocá-lo. É próprio de mim desafiar que eu acho que posso ao menos enfrentar, talvez não vencer. Mas com toda a sua altivez, ele se mostra indiferente às minhas mais insinuantes provocações. Eu me exponho ao extremo ao montro que parece ter todo domínio da situação. O que quer este dragão que não cumpre seu papel? Porque não assume sua postura de exterminador e avança em mim sem restrições? Por que nem mesmo às minhas demonstrações de coragem o fazem mudar um pouco, nem uma escama salta do seu corpo, nem um calor da sua boca, sequer um agitar da sua cauda. Por que cercar-me em um lugar onde já estou preso.

Ah, dragão! Não posso enfrentar-te! Não cumpres teu papel por completo. Podes ter alguma supresa desagradável pra mim. Podes ter o momento certo de me derrubar de vez, mas se não o fazes, se não te mostras, isso me apavora que nem imaginas. Se não sabes falar, encontre outro meio de mostrar que algo de importante tenho pra ti. Se não te apressas em me destruir, que fundamento tem me prender em tão profundo abismo? Eu não tinha medo de ti porque não te conhecia. Agora, me amedronto pelo mesmo motivo.

Vou ficar aqui, paralisado e atento aos teus olhos, a qualquer movimento. Quando esboçares algo, estarei aqui. Com medo ou não, precisarei te enfrentar quando estiveres disposto.

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