Procurador de coisas

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

VAMOS TRABALHAR

E a rotina continua. O ano de 2012 promete. Promete ser como o de 2011 ou o de 2010... Obviamente, coisas diferentes acontecem. Um curso novo, uma faculdade, algo que se terminará, algo que se começará. Mas na essência, tudo será o mesmo. Alegiras, tristezas, frustações, superações, saudades, comemorações, medos, encorajamentos, desafios, rotinas.

Parei pra observar as mensagens de ano novo dos artistas da TV e nada pode ser tão clichê. Fora a velha musiquinha de "Adeus, ano velho, feliz ano novo...". Alguns me acham demasiadamente prático e sei lá se deve ser melhor acreditar no abstrato. Eu prefiro acreditar no trabalho e nele bem feito. Um amigo acaba de me contar sobre uma briga generalizada em família, onde irmãos se espancaram e alguns sairam com cortes profundos de facadas. Essas pessoas estavam trajando branco, bebendo felizes da vida. Ninguém para pra perceber que o símbolo, no caso a cor, não funciona sem o gesto mas o gesto funciona sem o símbolo. 
Ontem, um humorista de stand up falava, num tom bem humorado sobre as pessoas se vestirem de branco: "Até quando as pessoas vão perceber que isso não adianta?". Pior que é verdade mesmo, mas sei lá porque as pessoas não se dão conta disso. Todo ano estoura uma guerra, a violência apresenta números alarmantes, as famílias entram em conflito. E paz nem é só isso. Acredito que quando se fala em paz, isso corresponde a harmonia. Passeatas acontecem com milhares de pessoas vestidas de branco. Falam de uma paz que é o antônimo de guerra mas dentro de suas casas não conseguem ser tolerantes com seus cônjuges, filhos, pais, irmãos, vizinhos... Resumem o conceito de paz ao desarmamento. Que mané paz...

Eu não uso branco no ano novo. Não por implicância nem provocação. Não uso porque não vejo necessidade. Até já usei, mas não pelo branco e porque ele iria me trazer um ano novo de paz. O que não dá pra entender é que as pessoas repetem isso ano após ano realmente acreditando que será diferente dessa vez, como se acreditar fosse realmente mudar o mundo. Tem quem nem coma ave com a história de que ela cisca pra trás. Alguem acha que se o Bill Gates ou o Eike Batista passarem o Ano Novo de azul ou lilás ou comerem perdiz assado no ano novo a vida deles não vai prosperar? Ou se eles deixaram de comer aves e usaram branco durante todos esses anos, seria esse o motivo do sucesso?

Vi uma entrevista do Golçalves, ex-jogador botafoguense, reclamando das camisas dadas ao Botafogo num campeonato de Showbol, pois a torcida botafoguense era supersticiosa e isso atrapalharia o desempenho do time. Aí, me lembrei de uma antiga entrevista com o Zico, ídolo rubronegro, perguntado se ele acreditaria em superstição no futebol. Ele foi prático: "Eu acredito no trabalho, no trabalho bem feito." Aliás, se fôssemos julgar pela superstição, o Botafogo teria muito mais títulos que os demais e o que o ocorre é exatamente o contrário.

Meu révellion começou ótimo. Creio que foi o melhor dos meus 35 anos. Foi diferente e mágico, mas tenho noção de que foi só um dia bem planejado, onde as coisas saíram bem. Não vou pensar que isso é um prenúncio de que o ano será maravilhoso. A gente vive um dia de cada vez e está sujeito ao imprevisível.

O que vai reger esse e todos os anos que vão se seguir é isso: o inesperado. Não tem roupa, nem comida, nem figa que mude o rumo das coisas. É só olhar pra trás e perceber que nada se faz por isso.

O que eu quero pra 2012? Ser prático, mas não no sentido da não superstição. Quero fazer mesmo coisas por mim e pelas pessoas que eu puder alcançar. Alimentar e vestir a quem eu puder. Nada de ser bom samaritano, mas fazer o que puder ser feito, quando puder ser feito e jamais fugir das opornunidades. Acho que, em vez de nos prendermos às coisas que nada serão práticas, deveriamos fixar metas e cumprí-las.

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