Procurador de coisas

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

DISCRIMINAÇÃO, SIM!!!

Antes que as pedras e paus voem em minha direção, não é o que se pensa, em princípio. Qualquer discriminação, segregação ou tratamento inadequado a alguém por nacionalidade, naturalidade, cor, raça, religião ou qualquer fator inato ou adquirido que não cause problemas ao próximo  deve ser repudiado e punido severamente. E nem falo só da lei, não. Punido pelo grupo em que vive também.

Mas eu sou, sim, a favor do preconceito com gente que faz as coisas por opção. E isso vale pra qualquer coisa. Hoje mesmo, estava eu curtindo um ar gelado no ônibus, tentando prolongar o meu sono. Sabe, é pra isso que acordo mais cedo: ônibus vazio, trânsito mais livre e descanso o que não consigo descansar na cama. Aí, vem um sujeito e para em pé do meu lado com o celular ligado, ouvindo música (pra piorar, pagode) sem os malditos fones de ouvido. Ninguém tem culpa de ser preto, branco ou amarelo. Ninguém tem culpa de ser nordestino, gaúcho ou paulista. Ninguém tem culpa de ser crente ou católico. Tratar alguém mal por isso é ridículo. Agora, ser mal educado é opção. Faltar com o respeito do espaço alheio é ser ignorante, no sentindo mais literal da palavra, que realmente ignora o mundo momentâneo que o cerca. Outro dia, nessa mesma linha, o ar condicionado não dava vazão, principalmente pra quem estava sentado. Aí, sem perguntar nada, o sujeito vem e abre a janela, fazendo entrar um bafo quente dos infernos ônibus a dentro. O pouco ar fresco que tinha no ônibus foi pro espaço. Se quer vento, pegue um ônibus de passagem modal, sem ar!

Outro exemplo clássico é o vizinho que coloca o som no último volume. Sabe, uma festa que se dê, beleza. Existem leis que regulamentam horário e tudo, mas tem gente que qualquer coisa é motivo pra irritar, te fazendo ouvir uma música que você não quer. A mulher vai dar faxina na casa, música alta. O cara vai lavar o carro, musica alta. Você, em casa, não consegue dormir, não consegue ouvir sua TV e nem a música que gostaria.

Não quero saber. Esses eu segrego mesmo, trato com indiferença e de cima pra baixo. Discrimino gente que é chata por opção, por deselegância, por pura falta de educação e consideração mínima pelo desprezível ser que está por perto. Coincidência ou não, o sujeito de hoje ouvia pagode. Um dia, quem sabe, vão entender que, embora aqui seja o Brasil, embora estejamos no Rio, nem todo mundo gosta de pagode e quem gosta nem sempre quer ouvir pagode. Eu adoro rock, adoro Legião, mas não coloca isso pra eu ouvir quando quero dormir e não coloque porque as pessoas em volta não querem ouvir também. Isso independe do meu gosto, tem a ver com respeito, só isso.

Aliás (e no meu caso, menos mal), até agora só ouvi funk, pagode e gospel nesses malditos celulares. Funkeiros e pagodeiros acham que o mundo ama o que eles ouvem. Crentes, não sei. Como sou um e não ajo assim, penso que eles devem achar que vão evangelizar, passar uma mensagem de amor fazendo alguém ouvir algo que não quer. Outro dia quase reclamei com uma mulher que ouvia David Quinlan. É bom? É. Eu gosto? Gosto... mas não ali, pau da vida com o calor e trânsito da Av, Brasil. Entendam que esse tipo de coisa causa efeito contrário. Por acaso o que passa pela cabeça das pessoas quando querem ouvir um trecho importante da novela ou do filme e, justo naquela hora, passa o carro de som anunciando sacolão, ainda com "ai se eu te pego" ou "entra na minha casa". Primeiro, eu passo a colocar esse sacolão como última opção de compra. Segundo, a música que toca gera mais desprezo ainda.

Então, se você ouve música em ambientes públicos, se você fura filas, tenta ser malandro, se acha que pode passar os outros pra trás, se engana ao passar um orçamento, se fica na aba dos outros, se aparece em momentos inconvenientes e não se manca, se fica empatando os outros, se faz das pessoas trampolins, se é mala... desculpe, essas coisas são feitas por opção e eu vou te discriminar sempre. Mais ainda, vou falar mal de você pros outros. Mal, não. A verdade. Faço questão de queimar seu filme, de te expor ao ridículo, de te segregar, ignorar e te considerar inferior. Lamento, mas se não sabes os limites, não conheces direitos e respeito, certamente você não merece respeito. Até porque, não deve fazer diferença mesmo. Você não sabe o que é isso de verdade.





Um comentário:

Fala você que eu tô cansado...