Procurador de coisas

terça-feira, 28 de agosto de 2012

VALE A PENA

Fundamental é acreditarmos na nossa capacidade. Eu discordo quando dizem que somos capazes de tudo. Pelo menos não em condições normais. Eu, por exemplo, não sei vender. Aí me falam que, na hora do aperto, eu acabo aprendendo. Mas assim não conta, não é? Fosse assim, eu diria: então vai lá e come raiz de árvore, bebe água suja e come urubu cru. Pois é, fosse na guerra ou em uma grande tragédia, isso seria possível, ou não?

Mas, falando de situações comuns, somos, sim, capazes de desenvolver coisas dentro daquilo que nossas aptidões  permitem.  Nisso, precisamos ter a perfeita noção do que podemos mais ou menos. Eu adoro escrever, adoro música, tecnologia, computador...  Mas pra falar a verdade, eu não tinha essa noção antes, ou, se tinha, a preguiça de reagir a tudo imperava. Aí, entram em cena peças fundamentais pra que nossa vida vá pra frente: os amigos.

Amigos são bons pra isso. E amigo é um termo geral, pois ele pode estar embutido em um namorado, numa esposa, nos pais, enfim, não precisa ser o que chamamos de amigo que se diferencia de parente. Independente de quem seja o amigo, é preciso que se saiba que, embora toda ajuda seja incondicional, os resultados são fundamentais. Se alguém faz coisas por mim e eu não mostro meu esforço, aos poucos essa pessoa vai desistindo de mim. Pode nunca deixar de gostar de mim, de me amar, mas acredito que não aproveitar todo apoio recebido é desconsiderar a ajuda e minimizar a condição de amigo.

Como eu disse, não acreditava muito em mim e foi por causa dos amigos que obtive algumas conquistas. A gente aprende muita coisa e uma delas é que não estamos prontos pra tomar todas as decisões sozinhos. Essa autonomia é ilusória em muitos pontos. Claro que tem coisas que eu mesmo decido, mas prefiro fazer meus amigos participarem das minhas escolhas. É uma questão de quebra de orgulho também e isso independe de idade. Sim, porque quem é mais velho acaba se achando no direito de "impor" sua experiência.

Conheço pessoas que foram ajudadas antes e agora não são mais. Motivo? Sempre fez o que quis ou achava que as pessoas se metiam de mais na vida delas. Resultado? Bem... o resultado é terem a vida que escolheram. 

Eu estou convicto que não me esforcei e nem me esforço o suficiente pra melhorar o quanto eu queria. Existe um pequeno abismo entre o que quero e a força pra mudar as coisas. Esse abismo aumenta porque a idade restringe, a gente perde a paciência pra muitas coisas, outras responsabilidades se criam, outras prioridades aparecem e, conforme desperdiçamos as chances, muitas preciosas, os amigos desistem da gente.

Outra lição aprendida está aí. Mostrar interesse, esforçar-se e valorizar o seu próprio esforço e toda ajuda recebida. Assim, os amigos sempre nos apoiarão. E, obviamente, reciprocidade com isso. Nada de só receber. Há que se procurar ajudar sempre. Aliás, isso é gratificante quando os resultados aparecem. Porém, não sei com os outros, mas é frustrante quando toda ajuda dispensada vai pelo ralo.  Na minha juventude (já posso falar assim?) desperdicei tantas chances que me deixariam numa "zona de conforto" e me arrependo. O problema é que arrependimento não volta o tempo. Claro que uma mudança de atitude faz diferença.  E muita. Mas quanto mais o tempo passa, mais fica a sensação de fracasso e na balança da vida isso dói um pouquinho. 

Eu espero corresponder a ajuda dos meus amigos, assim como seguir ajudando as pessoas que amo. Espero não decepcionar nem sofrer decepção. Devemos lembrar que quando recebemos ajuda, apoio, as pessoas estão dizendo: você vale a pena!

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